Louzeiro: a invenção de uma mata. 1960 - 2013. Campina Grande: espaço, paisagem e território.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: LIMA, Rozeane Albuquerque.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/1954
Resumo: O Louzeiro, na década de 1960 um sítio de Campina Grande - Paraíba adquire o status de floresta protegida em 1990, e posteriormente, em 2013 é escolhido para abrigar o Jardim Botânico de Campina Grande. Esta pesquisa visou compreender quais as transformações ocorridas na construção imagético-discursiva e nas práticas dos seus moradores e frequentadores ao longo deste período, e as razões pela qual uma mancha verde de 60 hectares, localizada a 10 minutos do Centro da cidade, se invisibiliza, sendo desconhecida da população. Para tal buscamos perceber como a paisagem e a identidade campinenses foram construídas dialogando com os discursos emergentes e as intencionalidades quando das apropriações destes. As fontes utilizadas foram principalmente a legislação vigente ao longo deste recorte, entrevistas temáticas, mapas diversos, inventário de fauna e flora do local, acervo do Jornal da Paraíba e do site jusnavigandi, além de vídeos e fotos disponibilizados na internet, símbolos de Campina Grande, principalmente a bandeira, o brasão e o hino; o livro História de Campina Grande, de Elpídio de Almeida e documentos disponibilizados pelas Secretarias de Cultura, Meio Ambiente e Planejamento do Município. Verificamos que a emergência do discurso ambiental e da legislação por ele alimentada depois de 1970, trouxe à tona a necessidade de preservação das fontes de água doce localizadas no Louzeiro e por isso a sua transformação em zona de proteção. No entanto, apesar de ser um ecótono, o espaço tem por paisagem a Caatinga e esta mata branca ia de encontro a toda uma construção imagética de natureza alimentada pela mídia e também à construção de progresso, de cidade predestinada ao sucesso, fato ilustrado inclusive pelos seus “elementos naturais”, feita sobre Campina Grande na época do centenário da cidade, em 1964. A estes discursos soma-se a construção negativa que da Caatinga se fez desde o início do século XX e compreendemos o porquê da invisibilidade do Louzeiro, também agravada pelo uso da paisagem como elemento cênico, como algo a embelezar a cidade, belo que, em se tratando da natureza, foi alimentado pela mídia com imagens das florestas tropicais, com árvores altas e copas sempre verdes e fechadas. A historicização dos conceitos sobre natureza que dialogavam com o trabalho foi de grande importância para a compreensão do que a comunidade campinense esperava da construção da paisagem da cidade.