Transformando o São João: montação e passabilidade de gênero na quadrilha junina.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: MEIRA, Vanessa Belmiro dos Santos.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33613
Resumo: O objetivo desta pesquisa é analisar a construção da identidade de gênero feminina a partir da montação e da passabilidade utilizadas pelas Damas Gs e Damas Trans de uma quadrilha junina, protagonista das festas juninas de Campina Grande-PB. As quadrilhas juninas consideradas “estilizadas” propõem mudanças estruturais na dança, tanto nos aspectos materiais- trajes, cenários, músicas e coreografias- quanto nos aspectos ideológicos, abordando temas importantes para o debate social em suas apresentações. Como resultado desse processo cambiante tem-se observado a ampliação do protagonismo de pessoas LGBTs, como mulheres trans e artistas transformistas homossexuais que desempenham o papel de damas. No campo das Ciências Sociais, e, sobretudo na Teoria Queer, o debate sobre identidade e de papeis sociais tem sido conduzido a partir da compreensão da lógica performativa do sujeito para além da dicotomia homem/masculino x mulher/feminino. Sendo assim, o exercício proposto na produção deste trabalho baseou-se na compreensão dos mecanismos de construção da identidade feminina a partir da performance de Damas Gs e de Damas Trans durante sua participação na quadrilha. Na execução da nossa pesquisa utilizamos como técnicas de coleta de dados a entrevista, a observação participante, os registros audiovisuais e a análise documental. Previamente, verificamos que as quadrilhas juninas, enquanto espaço de sociabilidades e de representação simbólica, configura-se como (re) produtora de processos identitários, acompanhando as mudanças sociais. Para além do debate da manutenção (ou não) da matriz binária (homem = cavalheiro x mulher = dama) presente no ambiente quadrilheiro, o protagonismo das Damas Gs e das Damas Trans promove a ressignificação e reedição da dança na tradição junina. Contudo, ainda que algumas quadrilhas juninas sejam consideradas espaços de acolhimento e de respeito à diversidade sexual e de gênero, identificamos em nossa pesquisa que a inclusão da diversidade sexual não é ponto passivo dado que existem nas quadrilhas conflitos e disputas por espaço e representatividade.