Entre a política e a literatura: José Américo e a construção de representações de masculinidade em A Bagaceira (1928).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: LOPES, Carlos André Martins.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/1206
Resumo: Apesar de existir um volume considerável de pesquisas em torno do romance “A Bagaceira” de José Américo de Almeida,estudos mais extensos sobre a problemática de gênero na obra ainda são escassos. Assim, nos propusemos nessa dissertação a realizar uma análise das representações de masculinidades no romance assinalado. Apesar de “A Bagaceira” ser nossa fonte privilegiada de pesquisa, afim de nos acercarmos com mais acuidade do tema proposto, utilizamos como fontes complementares outros escritos do autor que não necessariamente coincidem com o ano de produção da referida ficção. Por isso situamos a temporalidade da análise na década de 1920, principalmente. Nessa década foram escritos pelo autor tanto seu famoso ensaio intitulado “A Paraíba e seus problemas” (1923), quanto seu romance que o projetou na cena nacional, “A Bagaceira” (1928). Essa década foi ainda marcada pela chegada em Pernambuco dos ideais modernistas de São Paulo ao mesmo tempo em que se processava um revigoramento do pensamento Regionalista e tradicionalista difundido a partir de Recife (Azevedo, 1984). Isso provocou um caloroso debate entre os que defendiam uma arte/literatura alinhada ao Modernismo e os que preconizavam um pensamento voltado para uma sensibilidade Regional. Argumentamos, com base em seus escritos, que José Américo de Almeida, apesar das ambigüidades, parece ter se alinhado mais às propostas modernistas, conforme evidenciam as escolhas que fez em suas representações de masculinidades que povoam a obra. Podemos então ler em “A Bagaceira” as representações que edificou José Américo sobre quais seriam as masculinidades Modernas, desejadas,autênticas. Em nossa investigação abordamos questões como: Quais valores viris estariam envolvidos de conotação positiva através da lógica narrativa do romance? Quais modelos de masculinidade estariam sendo desencorajados no discurso Almeidiano? Nosso referencial teórico principal está ancorado na obra de Roger Chartier (1990), sobretudo na mobilização que fizemos de seu conceito de representação cultural. Procuramos relacionar as representações construídas em seu romance com sua posição política, econômica e intelectual, ao mesmo tempo em que o inserimos nos debates estético-políticos de seu tempo. Procuramos ainda destacar a forma como o autor procurou construir para si uma representação que ressalta determinados valores viris e como a representação que para si procurou ele e deixou marcas de gênero em seu trabalho.