Influência de variáveis meteorológicas sobre a incidência do dengue, meningite e pneumonia em Campina Grande e João Pessoa.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: SOUSA, Nadja Maria Nascimento.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN
PÓS-GRADUAÇÃO EM METEOROLOGIA
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/8660
Resumo: Utilizou-se dados de temperatura e umidade relativa do ar e precipitação, referentes ao período de 1992 a 2000, de Campina Grande (07°13'S; 35°52'W; 508m) e João Pessoa (07°07'S; 034°53'W; 05m), com o objetivo de identificar a influencia destes elementos meteorológicos sobre a incidência de Dengue, Meningite e Pneumonia nestes locais. Inicialmente, determinou-se os coeficientes de incidência mensal por 10.000 habitantes, para cada doença, os quais foram relacionados com os elementos meteorológicos: temperatura média do ar (T), temperatura máxima (Tx), temperatura minima (Tn) e umidade relativa do ar (UR) e precipitação (P), do período estudado. Utilizou-se a precipitação, Dengue, Meningite e Pneumonia em totais mensais, e as temperaturas (minima, media e máxima) e umidade relativa do ar foram utilizados em medias mensais. Foram observadas as variações climáticas intra-anuais (mensal e por estacoes do ano) e de todo o período estudado. Fez-se uso da analise de regressão simples para verificar a função de melhor ajuste e, em seguida, a regressão linear múltipla com todos os elementos meteorológicos contidos no modelo, com a finalidade de saber, o máximo que estes explicam sobre a incidência de cada patologia estudada. Por fim, fez-se uso do método de regressão múltipla, denominado "stepwise", para manter no modelo apenas os elementos meteorológicos que mais contribuam sobre a incidência das doenças consideradas. A adequacidade dos coeficientes de correlação foi verificada pelo teste de hipóteses, F, para o nível de significância de 5%. Os resultados mostraram que houve influencia dos elementos meteorológicos na incidência de Meningite e Pneumonia em Campina Grande, com R2 0,12 e 0,18, respectivamente e de Dengue, Meningite e Pneumonia em João Pessoa com R2 de 0,34, 0,25 e 0,23, nesta mesma ordem. Quanto aos elementos meteorológicos que podem ser considerados preditores para a incidência das doenças em estudo, verificou-se que, para a Meningite e Pneumonia, em Campina Grande e a temperatura minima e em João Pessoa temperatura media; para incidência de Dengue observou-se sendo temperatura máxima e precipitação em João Pessoa, enquanto em Campina Grande, nenhum elemento foi considerado estatisticamente significativo. Contudo, sugere-se que as condições atmosféricas da localidade de Campina Grande, restringem a ação do mosquito vetor do Dengue; principalmente quando a temperatura mínima diminui sensivelmente, ao passo que, em João Pessoa, o favorecimento das condições atmosféricas, parece ser melhor para que o mosquito possa se proliferar mais rapidamente e adquirir poder de infecção. Notou-se que a influencia mensal e sazonal da temperatura do ar, foi mais significativa sobre a incidência destas patologias, em ambos os locais. Os elementos meteorológicos, considerados neste trabalho, de modo geral, contribuíram sobre a incidência de Dengue, Meningite e Pneumonia, em Campina Grande e João Pessoa, na faixa de 12% a 34%, justificando que, alem das condições meteorológicas, existem outras, causadas por condições nutricionais, sociais, e do sistema imunológico do organismo humano.