"Panelas que muito mexem": o guisado da cultura política do Brasil à luz da literatura de cordel.
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/129 |
Resumo: | Esta tese teve como objetivo principal identificar e analisar as principais características da cultura política brasileira através de suas práticas e representações. A pesquisa desenvolvida é de cunho bibliográfico utilizando como fonte a Literatura de Cordel. O cordel desde a sua origem no Brasil dedicou grande parte de sua produção a temática da política expressando de forma irônica e satírica a impressão e o interesse popular a respeito da política e suas práticas. A metodologia, diluída ao longo da análise, se detém nos aspectos mais destacáveis da pesquisa, como seja mostrar, a luz da produção cordelística, como se processa a construção do imaginário político com relação, entre outros, a figura do político, do voto, das eleições, dos partidos, da corrupção, da participação do gênero feminino e por em suspeição ideias estereotipadas com relação ao que se convencionou pensar que: “o povo brasileiro não sabe votar”, que “o povo não tem consciência política”, que “o povo é massa de manobra”, que “todo político é corrupto e ladrão”, que eles compram voto e se elegem manipulando a consciência dos incautos e que o povo brasileiro assiste aos acontecimentos da política com indiferença e apatia. O estudo da cultura política através da Literatura de Cordel nos possibilitou confrontar o pensamento que defende a aparente indiferença e alienação do povo brasileiro. Em nossa incursão pelo cordel identificamos algumas características gerais da cultura política que nos levaram a concluir que na visão popular verifica-se uma tolerância com relação à prática da corrupção, que a política, o Estado e o político são encarados de forma personalista focado na figura do político que é visto como agente de transformação da realidade brasileira, para quem se canaliza a esperança e anseio popular, mas também polifonicamente se canaliza toda a ojeriza e responsabilidade pela decadência econômica e social do País. O político é visto com desconfiança, como alguém cujas práticas são permeadas pela corrupção. Os partidos são vistos apenas como um meio de se chegar ao poder não sendo pré-requisito para se votar em determinado candidato, havendo assim a personalização do candidato em detrimento do partido político. Os eleitores, de forma geral, não se sentem responsáveis pelas mudanças delegando sempre ao outro a responsabilidade da mudança. Os governos anteriores são responsabilizados pelos empecilhos para se executar o que foi prometido em tempo de eleições. O voto é visto como uma moeda de troca e a eleição um momento burlesco onde o eleitor negocia seus interesses individuais e coletivos. |