Entre a cruz e a estrela de Davi: problematizando as identidades judaicas no Brasil imperial.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: SILVA, Antonio Gutemberg da.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/1929
Resumo: As marcas deixadas nos judeus e pelos judeus é que configura nossa paisagem de pesquisa, fazendo com que estes sujeitos não sejam esquecidos como referência na construção das identidades da nação brasileira. Tais marcas contribuíram para formações identitárias fragmentadas e distintas, corroborando para compor uma aquarela de um Brasil plural, em meio a narrativas de interesses de monarquias, clérigos, imperialistas e outros grupos sociais. Em nosso trabalho problematizamos como os judeus que imigraram para o Brasil vivenciaram o século XIX, especificamente no Rio de Janeiro, capital e centro político-administrativo nacional, e na Amazônia, lugar de maior imigração judaica nesta temporalidade. Neste caminho, procuramos pensá-los a partir de representações narradas em códices impressos da época, discursos parlamentares, cartas eclesiais, registros de comércios e firmas, cartas de naturalização, sepulturas e nas legislações que atribuíam sentidos e modificavam suas vidas. Nisso, observamos que não somente novas identidades judaicas foram gestadas, mas também foram atribuídos novos valores à sociedade imperial. Para tanto, noticiamos no capítulo I, um panorama geral dos cristãos novos e marranos em meio ao tempo colonial, abordando a priori as legislações do Estado Português a respeito das práticas que envolviam os judeus ao longo das monarquias lusitanas e pensando como estas normas e decretos atingiam o Brasil colonial e favoreceram a imigração. No capítulo II, construímos uma problematização acerca da vida social e cultural dos judeus na Capital Imperial mediante adaptações e transformações no tocante a participações políticas e econômicas. No capítulo III, refletimos a produção de uma nova constituição de si para os judeus que migraram para o Norte do Brasil, movidos pela busca da fortuna e da felicidade, compondo o processo de construto da formação das primeiras comunidades judaicas organizadas no Brasil. Buscamos ao longo do texto problematizar a constituição dos judeus a partir do compartilhamento, ou não, de culturas, em meio a interferências de tradições, diferenças de idiomas, aplicação de normas sociais e práticas culturais múltiplas, num território onde sua cidadania será negociada na constante transformação de teias e redes de significados que davam sentido a atores sociais que compunham um Brasil cada vez mais plural.