A arte de fiar memórias e tecer narrativas: o viver urbano do operariado areiense (1940-1980)
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2516 |
Resumo: | A construção histórica e identitária de Areia como “Terra da Cultura” foi pretensamente elaborada por Horácio de Almeida em sua obra Brejo de Areia (1958). Ao desenvolver um discurso passado-tradição, esse autor elegeu acontecimentos que marcaram a urbe no século XIX e „esqueceu-se‟ da experiência fabril que a cidade evidencia no século XX. Assim, nos propomos redescobrir a cidade Areia dentro desse período, a partir do surgimento de sua primeira e única fábrica têxtil: a “Fiação e Tecelagem Arenópolis”. Portanto, situamos nossa pesquisa no âmbito da História Social e Cultural, pois nosso interesse se volta para a memória coletiva de um grupo de ex-operários(as), com o objetivo de compreender como esses sujeitos históricos formularam a sua experiência, trabalho e cotidiano em meados do século XX. Na elaboração desse estudo, utilizamos como fonte primordial os relatos orais de memória, tanto pela escassez de registros escritos quanto pelo desvendamento de aspectos que outros métodos de investigação não alcançariam. Todavia, a escolha da história oral não teve a pretensão de dar voz aos silenciados, mas direcionar a audição para vozes que antes não eram ouvidas e viram nela uma forma de se potencializar. Ao fiar memórias e tecer narrativas, redescobrimos uma nova paisagem de Areia, representada pela inovação da fábrica, pelo apito da sirene, pelo fumaçar das chaminés, pelos operários e operárias que ocupavam a rua central da cidade por ocasião das mudanças de turno. Além dos muros: a cotidianidade, as relações afetivas, os divertimentos, outras apropriações do espaço urbano; dentro deles: o trabalho, o cansaço, os acidentes, a resistência. Na tecitura dessas histórias reportamo-nos a análise teórica da memória e narrativização das lembranças, proposta respectivamente por Maurice Halbwachs (1990) e Paul Ricoeur (1994; 2007). Assim, através dos relatos orais de memória em consonância com outros documentos, tornamos conhecido alguns aspectos desse viver urbano do operariado areiense entre as décadas de 1940-1980, de modo que as histórias aqui contadas apresentam um misto de leitura e interpretação em cima da arte de lembrar. |