A mulher no topo: a representação feminina nos Fabliaux medievais franceses dos séculos XII e XIV.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: GARCIA, Gerlândia Gouveia.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/28355
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo acerca de seis fabliaux medievais a fim de verificar como se dão as representações das mulheres nestes textos. Os fabliaux foram difundidos entre os séculos XIII e XIV, no norte da França. São narrativas breves, escritas de forma cômica e compostas de episódios de brigas domésticas, luxúrias clericais e, principalmente, astúcias femininas. Estes textos figuram ao lado de outras produções literárias do medievo (lais, exempla, canções de gesta, cantigas e romances de cavalaria) e são em geral apresentados como veículo de disseminação do discurso de ódio e aversão às mulheres, conhecido como misoginia. Não foram poucas as narrativas nas quais as protagonistas femininas foram colocadas como inferiores ao sexo oposto. Para embasarmos a discussão tomaremos como ponto de partida Badinter (1985), Scott (1991) e Bourdieu (2014) que apresentam gênero como categoria de análise histórica. Além destes, Gaunt (1995), Perfetti (2006) e Woods (2010) colaboram na apresentação de perfis femininos diferentes dos comumente apresentados pela crítica que até então circulava sobre os fabliaux. A nossa proposta é mostrar que, para além do discurso de inferiorização feminina, a narrativa apresentada pode nos mostrar outro lado da mulher. Esse novo olhar será possível através da inversão hierárquica, apresentada por Bakhtin (2013) como carnavalização. A subversão da ordem nos permitirá mostrar a protagonista do fabliau de forma empoderada. Através da comicidade ela assume outro papel dentro do discurso masculino, apresentando-se como criativa, esperta, inteligente, astuciosa, que consegue se dar bem na sua empreitada.