Inclusão e estigmatização na universidade pública: o caso do PEC-RP no curso de Ciências Sociais da UFCG.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: FERNANDES, Denize Zoraide Alexandria.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/6740
Resumo: No âmbito do debate acerca das politicas de inclusão social adotadas pelas universidades publicas brasileiras na ultima década uma questão tem sido ainda pouco abordada: como as relações sociais no interior das próprias universidades são afetadas pelas politicas de inclusão e em que medida as universidades publicas tem combinado projetos de ação afirmativa com medidas que possibilitem a integração efetiva dos alunos beneficiados por estas politicas em seu ambiente acadêmico. Criado em 1997 pela Universidade Federal da Paraíba, o Programa Estudante Convenio - Rede Publica (PEC-RP) facilitou o acesso de professores não licenciados em efetiva atuação profissional em escolas publicas, através de processo seletivo simplificado, nos cursos de licenciatura da UFPB e da Universidade Federal de Campina Grande (criada como desmembramento da primeira, em 2002). No curso de Ciências Sociais do Centro de Humanidades da UFCG, a inserção desses alunos tem definido formas de relações e configurações sociais novas, dividindo os estudantes em dois grupos: o do alunado PEC, estigmatizado, e o do alunado não PEC (alunado que ingressa na universidade principalmente através do vestibular). Este trabalho analisa o processo de constituição de duas identidades diferenciadas entre os estudantes do curso de Ciências Sociais, em que o grupo majoritário (alunado nao PEC) e o minoritário (alunado PEC) tem suas imagens confrontadas em termos do desempenho acadêmico. As representações do alunado PEC são carregadas de conteúdos e atributos negativos e depreciativos, que definem as formas pelas quais se relacionam tanto com os demais alunos do curso quanto com os professores. Os jogos de atribuições de identidade e de seus significados revelados pela pesquisa, tanto quantitativa quanto qualitativa, permitem compreender como relações de poder operam nas novas configurações sociais criadas pela politica de inclusão instituída pelo PEC-RP. A problemática inserção do alunado PEC no curso de Ciências Sociais da UFCG e o estigma que lhe e associado possibilitam a ampliação do debate sobre as politicas de inclusão, de modo a incorporarem mecanismos de acompanhamento de estudantes beneficiados por elas depois do ingresso na universidade, evitando que integrem grupos minoritários estigmatizados no interior das instituições em que estão sendo acolhidos, situação que afeta tanto a credibilidade destas politicas quanto o processo de ensino-aprendizagem.