Um movimento sindical "de raça" na Bahia: as peculiaridades da ação do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza do Estado da Bahia - Sindlimp/BA.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: FERREIRA, Sandro Augusto Silva.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/11539
Resumo: Esta dissertação objetiva compreender o papel assumido pela incorporação de novas linguagens de mobilização política, não tradicionais na pauta sindical, no fortalecimento dos sindicatos brasileiros. Busca através de uma analise da trajetória e das conquistas do Sindlimp/BA, identificar a incorpora^o de uma nova linguagem sindical, que ressalta elementos étnicos de valorização do ser negro, e analisar as suas reais potencialidades como instrumento de mobilização que dialoga com as novas identidades encontradas entre os componentes da classe que vive do trabalho. O Movimento Sindical enfrenta uma forte crise de caráter estrutural, percebida pelo refluxo na sua organização. Este pode ser medido por vários indicadores: diminuição no número de sindicalizados, diminuição das greves, mudanças das pautas sindicais, mais voltadas para a defesa do emprego, e na própria mudança do discurso sindical. Esta crise e fruto de uma conjunção de fatores, em especial a crise do fordismo, que impôs aos trabalhadores derrotas significativas no campo dos direitos trabalhistas e no próprio campo da sociabilidade e identidade operaria. Para Bihr (1998)1 esta crise, e a crise de um modelo especifico do MS, intitulada pelo autor como o sindicalismo de inspiração Social Democrata, que congregaria, tanto os reformistas no sentido comum da palavra, como os sindicatos leninistas. Estes, afetados por uma excessiva "fetichização do Estado" passam a encontrar dificuldades em organizar suas categorias para novas demandas impostas pela Globalização e pelo Neoliberalismo, movimentos que unidos a Reestruturação Produtiva são os principais responsáveis pelo atual quadro de refluxo. Embora num quadro de crise estrutural, alguns sindicatos, entre eles o Sindlimp/Ba, tem alcançado graus significativos de (re)mobiIização das suas categorias, a partir da incorporação de novas pautas politicas, antes relegadas a ação dos partidos. Estas novas pautas tem gerado novos quadros identitários, facilitando a mobilização dos trabalhadores. O Sindlimp/BA, através de uma ação politica que aponta as mazelas do racismo na Bahia, tem gerado na sua categoria (de grande maioria negra) uma maior identificação com as ações do Sindicato, o fortalecendo em contrapartida. Assim, verificaremos se a incorporação desta nova linguagem anti-racista pode ser considerada como ação alternativa e eficiente de mobilização sindical.