Histórias de letramento de sujeitos egressos da Educação de Jovens e Adultos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: ARAÚJO, Maria do Carmo.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/3411
Resumo: A presente dissertação tem como objetivo relatar os resultados de uma investigação sobre as práticas sociais de letramento de dois sujeitos egressos do ensino médio em um programa de EJA, funcionários efetivos da Prefeitura Municipal de Campina Grande, nas funções de assessor administrativo (sujeito A) e gari (sujeito B). Busco, através da utilização de instrumentos e metodologias tradicionalmente específicas da etnografia, e da análise de documentos sobre a Educação de Jovens e Adultos, responder às questões - Como os sujeitos egressos desse programa, que exercem funções públicas em serviços de baixa remuneração, lidam cotidianamente com as práticas, os eventos e os textos em ambientes diversificados? e Que mudanças ocorreram nas práticas letradas desses sujeitos em relação às suas trajetórias de vida?. A linha teórica adotada para a dissertação é a dos Novos Estudos do Letramento, ou Teoria Social do Letramento (Szwed, 1981; Barton e Hamilton,2000; Gee,2000), com destaque para as noções de letramento profissional (Descardeci, 2005) e letramento familiar (Heath, 1982, 1983). Em relação à primeira pergunta, os resultados da pesquisa sugerem que o sujeito A, para desempenhar a função de auxiliar administrativo, não desenvolve práticas de leitura no local de trabalho, mas lida minimamente com impressos, através de práticas de escrita de documentos burocráticos. Por outro lado, não há demandas de letramento para o sujeito B exercer a sua profissão de gari. Já os dados dos ambientes familiares dos sujeitos revelam que os objetos, as práticas e os eventos deste domínio incluem usos diversificados da escrita e a sobreposição de diversos letramentos, revelando, assim, a característica do multiletramento. Também se observa que as práticas de letramento do sujeito B são mais diversificadas do que as do sujeito A, em função de ele utilizar os diversos letramentos (religioso, acadêmico e comunitário) na construção do seu projeto de se tornar político. Em relação à segunda pergunta, os dados revelam que não houve mobilidade dos sujeitos nos seus locais de trabalho em função da escolarização, que só garantiu a mobilidade dos sujeitos no âmbito da escolarização, (ingresso na instância universitária), para o que contribuiu, de forma decisiva, a história de autoletramento dos sujeitos, motivada por diferenciados projetos de vida.