L'amour, la fantasia, de Assia Djebar: a literatura em aula de FLE como lugar de resistência feminina.
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/7835 |
Resumo: | Muito se discute sobre a busca por caminhos didáticos que sejam eficazes no processo da aquisição das competências de aprendizagem de uma Língua Estrangeira (LE). Lago (2011) aponta que, nessa busca, é preciso considerar os fatores neurodidáticos envolvidos no ensino/aprendizagem de uma LE, dentre eles: a ansiedade, a autoestima e, sobretudo, a motivação, pois é ela que despertará, no aprendiz, o desejo de aprender. Movidos por essas inquietações, nesta pesquisa, apresentamos a experiência da leitura literária em aula de Francês como Língua Estrangeira (doravante FLE) como um caminho didático que pode favorecer a aprendizagem dessa língua e mobilizar os fatores neurodidáticos supracitados. Mas, como despertar nos aprendizes de FLE o gosto pela leitura literária? Optamos por abordar a temática da subalternização vivenciada pela mulher na sociedade argelina por ser uma situação presente tanto na antiguidade quanto na contemporaneidade, fazendo parte do contexto no qual o aprendiz está inserido. Assim, escolhemos levar o romance L’amour, la Fantasia (1985), da escritora argelina Assia Djebar, para a sala de aula de FLE. O enredo dessa narrativa trata do desejo do povo argelino de libertar-se do jugo do colonizador francês, que é paralelo ao desejo das mulheres de seu país de se libertarem de suas vidas enclausuradas (SOARES, 1990). Nele, a narradora da história vive um conflito com a sua própria identidade, pois o seu país condiciona as mulheres a uma cultura de silêncios (BRAHIMI, 2001). Como objetivo geral, buscamos verificar a sala de aula de FLE como um espaço relevante para propiciar a sensibilização à leitura literária através do romance L’amour, la Fantasia, considerando-a como um lugar oportuno para o desenvolvimento das competências linguístico-culturais na formação do pensamento crítico do aprendiz. Classificamos esta investigação como sendo uma pesquisa-ação (ENGEL, 2000) descritiva, de cunho qualitativo. Quanto ao método de análise literária, adotamos a corrente da sociocrítica concebida por Duchet (1971), tendo como objeto de estudo a obra L’amour, la Fantasia. O corpus foi constituído pelas respostas escritas dos participantes da pesquisa, expressas em atividades, aplicadas durante a intervenção. Tivemos como participantes um grupo de professores em formação, estudantes da graduação do curso de Letras Língua Portuguesa e Língua Francesa da Universidade Federal de Campina Grande, situados entre os níveis de aprendizagem A2/ B1, segundo a definição do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (QECRL, 2001). Nosso prisma teórico está ancorado no direcionamento de Peytard (1982), que situa o texto literário como um laboratório da linguagem, bem como na noção de identidade-rizoma, presente na Poética da Relação, de Édouard Glissant (1990), relacionando-a a multiplicidade da subjetividade da mulher argelina. Acreditamos que, nesta experiência de imersão na leitura literária, o contato com a literatura argelina tornou-se uma via de ensino/aprendizagem do FLE, que levou os professores em formação a discutir sobre a condição de subalternização imposta à mulher argelina. A literatura se situa, portanto, como um lugar de resistência da mulher, que funciona como uma forma de sua voz se fazer ouvir. |