Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Castro, Wagner José Silva de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
www.teses.ufc.br
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/8658
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Resumo: |
Com a presente tese de doutoramento, analiso as interfaces entre o movimento intelectual, político, artístico e cultural internacional e seus desdobramentos no Brasil, especificamente, na cidade de Fortaleza, entre os anos de 1960 e 1970. Através da memória de alunos e professores, utilizando entrevistas orais, conheço as trajetórias individuais e coletivas que se tornaram roteiros de projetos artísticos e culturais e envolveram seus autores em leituras e experiências culturais e educacionais suscitadas por movimentos ideológicos intelectuais. Dessa forma, procuro entender como as experiências e a formação de alunos e professores nas instituições de ensino (escolas e universidade) acabaram influenciando o processo educativo e artístico de alunos e professores nos anos de 1960 e 1970 e a inserção desses “artistas” na indústria cultural nos anos de 1970. A partir da prosopografia, busco entender essas trajetórias, suas práticas educativas (o saber formal), suas experiências na articulação política e na arte, especialmente, no teatro e na música, como produtoras de um saber que dava sentido à vida, numa cidade como Fortaleza, sem muita infraestrutura. Apesar disso lhes proporcionava determinados lugares para essas manifestações, que ocorriam entre lares, bares e a Universidade Federal do Ceará, a época, a grande potencializadora do conhecimento no Ceará, por meio de debates, de encontros e de exposição da produção artística, unindo o conhecimento formal e o informal com outros centros universitários como UFPE, UFPB, UFPI, UFRN, UNB e USP, os quais se articulavam, refletiam e produziam sobre a realidade local e nacional. Essas experiências e discussões políticas e culturais nas instituições de ensino secundário, na Universidade, no ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros) no MCP (Movimento de Cultura Popular), no MEB (Movimento de Educação de Base) e no CPC (Centro Popular de Cultura), que discutiam Paulo Freire e suas propostas educacionais, aproximaram intelectuais, professores e artistas ligados a estas instituições, almejando instrumentalizar politicamente uma memória nacional “engajada”, demarcando a antinomia sobre o nacional e o popular na cultura brasileira em torno da mudança de comportamento político, educacional, cultural e estético dos jovens. Por outro lado, com o golpe civil-militar de 1964, muitos desses sujeitos seguem caminhos distintos: alguns se engajam na luta armada, outros se aproximam da segurança do emprego e do salário como professores na Universidade, outros enveredam nas artes cênicas, nas artes plásticas e alguns se tornam artistas conhecidos, conseguindo espaço, com suas músicas, no difícil mercado da indústria fonográfica. A exegese das reminiscências, à época, de estudantes, professores artistas, fornece elementos importantes para reflexão e entendimento das transformações socioculturais e educativas nos anos de 1960 e 1970 do século XX na cidade de Fortaleza. |