Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Shirasu, Maitê Rimekká |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/39312
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Resumo: |
A presente tese é composta de três capítulos tendo como cerne os determinantes e implicações das escolhas ocupacionais dos jovens brasileiros, abordadas em perspectivas individual e social. O primeiro capítulo objetiva analisar os fatores que influenciam as decisões dos jovens urbanos entre estudar e/ou trabalhar ou nem estudar nem trabalhar (nem-nem) utilizando dados da PNAD de 2015. A abordagem metodológica diferencia-se na literatura brasileira por considerar a interdependência nas decisões dos jovens, provendo mais adequação e robustez aos resultados. Testa-se ainda a diferenciação na escolha entre essas atividades por gênero com base na decomposição de Oaxaca. Os resultados revelam elevada heterogeneidade da população nem-nem por gênero e idade, o que dificulta se estabelecer generalizações. Destaca-se, todavia, que morar com companheiro(a) ou com um jovem nem-nem e familiares com baixo status socioeconômico são fatores relevantes para explicar padrões de vulnerabilidade dos jovens. Para as jovens, morar com companheiro e a maternidade são fatores incisivos para identificar sua condição nem-nem, especialmente aquelas na faixa etária 15–19 anos. Tendo em vista o elevado contingente de jovens nem-nem brasileiros, e suas implicações danosas para a sociedade e para a economia, o segundo capítulo foca nos principais custos econômicos associados à ociosidade desses jovens por meio do método Propensity Score Matching. Os resultados revelam que os jovens nem-nem representaram um custo de 0,6% do PIB em 2015. Considerando esse significante custo anual e a trajetória crescente desse contingente juvenil nos últimos anos, há que se clamar pela implementação de políticas que contenham esse crescimento, a fim de se evitar severos prejuízos de ordem econômica e social no longo prazo. O terceiro capítulo examina a relação entre a experiência de trabalho adquirida durante o ensino médio e os resultados no mercado de trabalho dos jovens cearenses, em uma perspectiva de curto prazo. A abordagem teórica tem mostrado, por um lado, que essa experiência pode ser uma “vantagem competitiva” para os jovens. Alternativamente, a literatura empírica internacional aponta a existência de efeito negativo indireto sobre os salários por meio da redução do aprendizado e do desempenho escolar do aluno. Nacionalmente, os estudos que tratam dessa questão são incipientes deixando uma lacuna a ser preenchida. Sendo assim, esta análise contribui para a literatura brasileira sobre o tema, ao examinar empiricamente, com microdados da RAIS de 2015 e do SPAECE de 2012, os efeitos de trabalhar e estudar sobre os rendimentos do mercado de trabalho. Os resultados empíricos sugerem que existe uma relação positiva entre o trabalho enquanto estudante e os rendimentos futuros no mercado formal, e que essa parece ser crescente até a faixa de 6 a 8 horas diárias, acima das quais os retornos diminuem sensivelmente. Pode-se concluir que os eventuais efeitos negativos sobre o desempenho escolar são compensados pelo acréscimo de experiência laboral quando se observa o diferencial de salários. Isso mostra a relevância dessa escolha para facilitar a transição escola-trabalho ao fornecer habilidades valorizadas pelo mercado de trabalho que poderiam contribuir para a redução do elevado contingente de jovens nem-nem após a conclusão do nível médio. |