Neodesenvolvimentismo x modos de vida Anacé: impactos do complexo industrial e portuário do Pecém sobre povos indígenas no Ceará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Gomes, Maria Cecília Feitoza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/46236
Resumo: Diante de um contexto mundial de mudanças significativas no contexto geopolítico que vem se aprofundando desde o abalo no mercado financeiro no ano de 2008 e de um processo de agravamento da crise ecológica em que a humanidade está inserida, com destaque para o que representa a ameaça das mudanças climáticas, os países emergentes vêm adquirindo uma forte inserção no mercado global através de processos de reprimarização de suas economias. A América Latina, como um continente rico em biodiversidade e historicamente fonte de mão-de-obra precarizada, adquire um papel estratégico como lócus de saída para a crise na perspectiva do capital, gerando consequências devastadoras para as populações tradicionais desses países, povos do campo e da floresta ainda não completamente integrados à dinâmica da economia capitalista, sendo os sujeitos que se encontram em confronto direto com as fronteiras de expansão do modelo nessa quadra histórica, de modo a aprofundar um quadro de violações de direitos e de racismo ambiental. O trabalho têm três eixos interconectados: a análise dos processos econômicos em curso tendo como foco a agenda neodesenvolvimentista do governo brasileiro; os impactos sobre os modos de vida de comunidades da etnia Anacé no estado do Ceará após o processo de implantação e ampliação do Complexo Industrial e Portuário do Pecém-CIPP nos municípios de Caucaia e São Gonçalo do Amarante, na zona costeira do estado; e as alternativas que vêm sendo construídas no cotidiano concreto a esse modelo, a partir das resistências locais, na perspectiva dos povos indígenas. A reivindicação do território e a luta identitária emergem assim como formas de negar o destecimento de relações provocadas por esse modelo para os povos indígenas, que diante dos paradoxos colocados para o planeta no século XXI, tem o desafio de continuar (re)existindo.