A existência indígena dos Anacé da Serra da Japuara: continuidade histórica, conexões de parentesco e habitar a terra ancestral com encantados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lima, Ronaldo de Queiroz lattes
Orientador(a): Ramos, Danilo Paiva lattes
Banca de defesa: Ramos, Danilo Paiva lattes, Lara, Amiel Ernenek Mejia lattes, Bonfim, Evandro de Sousa lattes, Vieira, José Glebson lattes, Cruz, Felipe Sotto Maior lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39029
Resumo: Esta tese trata da circunscrição etnográfica de elementos fundamentais da existência indígena da comunidade indígena Anacé da serra da Japuara, de modo a demonstrar a continuidade histórica no território do município de Caucaia, no Ceará, desde o século XVII ao século XXI. Para tanto, analisa-se a historiografia pertinente, trabalhos acadêmicos de indígenas Anacé e o material etnográfico elaborado entre os anos de 2019 e 2022. Este último, por sua vez, teve como propulsão a ideia ingoldiana de "malha" para escrever as experiências vividas pelos Anacé da Japuara com o ambiente da serra da Japuara e arredores, nos quais há sentidos impressos sobre o chão das aldeias e dentro da terra. Deste modo, enfatizamos as conexões de parentesco como vinculadas a lugares, o que é possível perceber também no corpus documental, na bibliografia do tema, bem como na narrativa local sobre famílias e lugares. Este vínculo é o que perseguimos durante todo o percurso do trabalho de campo. A partir do momento que a realidade vivida por esta comunidade indígena revelou a convivência com o extra ambiental, lançamos mão da noção de “cosmopolítica” de Isabelle Stenger (2018) para fim analítico. Assim, circunscrevemos a noção de malhas cosmopolíticas a partir da demonstração de que as conexões de parentesco sustentam a existência indígena desta comunidade Anacé no ambiente em que mantém vínculo longevo, sobretudo, na dimensão extra ambiental da convivência com encantados de modo independente da mudança de regime fundiário.