Vozes de crianças em tratamento oncológico: significados e sentidos do câncer pela perspectiva vigotskiana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Jesuino, Sabrina Leite Cardoso dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: www.teses.ufc.br
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/6845
Resumo: Esta pesquisa teve por intuito promover a escuta de significados e sentidos do câncer em crianças sob o tratamento oncológico ambulatorial, no Centro Pediátrico do Câncer de Fortaleza. Toda a investigação baseou-se na fundamentação teórica da Psicologia Histórico-cultural de Vigotski e nas fontes referentes à Psiconcologia. Diante disso, apresenta-se como interesse científico a busca pelo entendimento de como as próprias crianças acometidas pelo câncer significam e atribuem sentido à doença. Secundariamente, procura-se compreender como a família, copartícipe deste processo, influencia as crianças na transmissão do significado da doença. A pesquisa foi conduzida segundo o método qualitativo, de acordo com o qual foram priorizadas as particularidades do adoecimento de câncer para as crianças. Utilizaram-se como procedimentos de elaboração dos dados o desenho e o brinquedo, fontes importantes para a criação de um ambiente lúdico favorável à expressão das crianças. A observação participante constituiu meio valioso de contextualização dos aspectos hospitalares e das interações de crianças com todo esse universo. As entrevistas com as mães forneceram subsídios complementares, com auxílio na composição dos casos e na contextualização do próprio entendimento da expressão da criança. A análise se concentrou no estudo microgenético dos casos de duas meninas de seis anos, que se encontravam em tratamento ambulatorial. A apreciação das falas das crianças, em cada caso específico, destacou os significados e sentidos referentes ao tumor, hospitalização, cirurgia, dentre outros. Verifica-se que o pensamento dessas crianças em relação ao adoecimento se mostra fundamentalmente por complexo, fenotipicamente semelhante ao conceito propriamente dito pela qualidade e natureza psicológica. Perceberam-se, então, a instabilidade e a inconsistência dos significados apresentados pelas crianças, quando consideramos o conceito propriamente dito. Isso não expressa desvalorização do pensamento infantil e das suas experiências, pelo contrário. Com origem nos dados de entendimento da criança sobre a doença, poder-se-á, contribuir para maior adequação das comunicações com a díade mãe/paciente e maior aproximação do pensamento infantil e, consequentemente, maiores cuidados psíquicos à criança.