Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Talles, Alexandre Moura Cavalcante |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/53450
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Resumo: |
O objetivo desta dissertação é analisar a “Feira da José Avelino” e seus conflitos com o poder público; buscando compreender como os sujeitos que interagem nas áreas que passaram por processos de “requalificação”, ao empreender usos divergentes dos previstos pelo Estado, contribuem para a ressignificação desses espaços, configurando novos lugares. A feira em questão é um mercado informal do ramo de confecções e acessórios, predominantemente atacadista, que ocorre nas madrugadas de quarta para quinta-feira e de sábado para domingo, em uma parte da antiga zona portuária da cidade de Fortaleza, atraindo uma clientela de diferentes cidades do Brasil, sobretudo das regiões Norte e Nordeste. Nessa área, anteriormente conhecida como Prainha, havia sido inaugurado em 1999, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC), seguindo a tendência, observada à época em diferentes cidades brasileiras, de tentar “requalificar” áreas históricas “degradadas” por meio de políticas públicas culturais. Para compreender como os sujeitos atuam no sentido de se apropriar dos espaços públicos a partir de suas práticas cotidianas, ressignificando essas áreas, utilizei além da observação em campo, entrevistas com o objetivo de perceber as táticas por eles utilizadas para perfurar a estratégia do Poder Público (CERTEAU, 2014). Busquei apreender seus trajetos, o processo de “marcação dos pontos” e a formação da mancha urbana (MAGNANI, 2012) que constitui a Feira e que funciona como um espaço-bolha (COSTA, 1989), que compõe um todo um circuito de comércio informal, envolvendo sujeitos que lutam para se inserir no mercado de trabalho e na sociedade de consumo, em um contexto de desemprego e exclusão social. A observação em campo revelou a existência de mecanismos de mitigação de conflitos adotados tanto por feirantes como pelo Poder Público, refletidos entre outras coisas pelo modus operandi dos fiscais da Prefeitura, conhecidos como “Rapa” que estabelecem uma representação aceita e compartilhada pelos feirantes (GOFFMAN, 2009), como parte de suas táticas para se equilibrar na linha tênue entre a legalidade e a ilegalidade (TELLES&HIRATA, 2007). Dessa forma, a Feira da José Avelino representa a ação vernacular de sujeitos que acomodando e incomodando na paisagem de poder (ZUKIN, 2000) constituem um contrauso (LEITE, 2007) que subverte o sentido pensado pelo Estado para essas áreas. |