Elementos para uma genealogia da subjetividade infantil contemporânea, a partir da análise dos discursos crítico-científicos sobre a infância

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Costa, Erica Atem Gonçalves de Araújo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: http://www.teses.ufc.br
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/3108
Resumo: Esta pesquisa discute a naturalização da idéia da “criança com voz” pelos discursos crítico-científicos contemporâneos. Essa concepção foi constituída nesses discursos com o objetivo de estabelecer uma crítica à idéia de infância moderna, ligada, dentre outras coisas, às noções de imaturidade e dependência em relação ao adulto. A figura de subjetividade “criança com voz” é utilizada para justificar um conjunto de práticas variadas - jurídicas (“criança-testemunha”), políticas (“criança cidadã”), midiáticas (“criança protagonista”), educativas (“criança competente”) - que têm como alvo um tipo de investimento sobre o corpo infantil para o qual é determinante a constituição da criança como sujeito de opinião e representação. A análise deste campo discursivo - do qual fazem parte a Sociologia da infância, a Antropologia da infância, a Pedagogia da infância, a Psicologia social - a partir da arqueogenealogia de M. Foucault, levou à identificação dos tipos de enunciado presentes nesta rede, assim como do tipo de discursividade em jogo. Viu-se que o funcionamento desses discursos depende de alguns pressupostos, os quais se denominam, nesta pesquisa, dispositivos da discursividade crítica. São eles: a evolução das concepções de infância e criança, a constituição do adulto como um interditor, a redescoberta da infância, a fala como uma possibilidade natural e a idealização da “infância que fala”. Concluiu-se que tais pressupostos concorrem para a produção da “infância que fala” como uma evidência, à qual os saberes devem se dedicar a conhecer. Por último, elaborou-se um conjunto de linhas de investigação que poderiam servir de base à constituição de uma genealogia dessa figura de subjetividade característica do presente.