Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Silva, Pedro Leno de Jesús da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/40314
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Resumo: |
O presente trabalho tem como objetivo verificar a presença de elementos de ordem narrativa, entendida como o surgimento de um relato, que por sua vez pressupõe um narrador, entidade que conta/narra/relata os eventos formadores de um enredo narrativo, nas tragédias gregas As Bacantes, de Eurípides; Ájax, de Sófocles; e Agamêmnon, de Ésquilo. Esses textos são tradicionalmente entendidos como dramáticos, uma vez que são marcados pela ausência de narrador, como entendem alguns narratologistas, e apresentam enredos formados por ações praticadas pelas próprias personagens. Também é objetivo desta pesquisa identificar a associação entre esses elementos narrativos e um prodígio, ou a intervenção de uma divindade nas ações de uma personagem. Essa associação é entendida, aqui, como um importante elemento na construção da essência trágica das obras citadas. Para tanto, o início desta pesquisa se volta para a origem da tragédia ateniense e sua relação com as crenças religiosas cultuadas naquele território desde épocas anteriores até o século V a.C., período marcado pelo apogeu do gênero trágico em Atenas, baseando-se nos estudos sobre tragédia de Albin Lesky (1976), H. D. F. Kitto (1990) e Junito de Souza Brandão (2009), e nos textos de E. R. Dodds (2002), JeanPierre Vernant (2006), Jean-Pierre Vernant e Pierre Vidal-Naquet (2011), e Walter Burkert (1993), sobre religião e mitologia grega, como principais pressupostos teóricos. Em seguida, partindo do princípio de que os eventos marcados pela intervenção divina, entendidos ao longo do texto também como loucura divina ou loucura possessiva, são mais compatíveis com a narração do que com a dramatização dos eventos, analisam-se as narrativas que relatam a ação divina sobre uma personagem humana incorporadas ao enredo dramático de As Bacantes, marcado, do início ao fim, pela intervenção dionisíaca, com o auxílio dos textos de Barbara Goward (1999), Irene de Jong (2014), Manfred Jahn (1996), entre outros teóricos. O propósito da análise é entender o papel desses elementos narrativos na construção da tragicidade da peça euripidiana. Depois, a pesquisa se concentra na loucura do herói Ájax, infligida pela deusa Atena, na tragédia Ájax, e, na tragédia Agamêmnon, no episódio em que Cassandra, em transe compelido pelo deus Apolo, narra, em frente ao palácio, o assassinato do rei Atrida por sua esposa em seus aposentos. A análise destas últimas peças, em comparação à da primeira obra, também visa a perceber o valor das narrativas associadas a prodígios divinos e incorporadas ao enredo dramático na (re)construção de um conceito de tragédia na Atenas do século V a.C., como o entendiam seus contemporâneos e também a posteridade. |