Subjetividade ética em Emmanuel Levinas: Um outro lugar para a Ontologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Nascimento, Abimael Francisco do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/73582
Resumo: O pensamento de Emmanuel Levinas se desenvolveu em um momento crucial da história do Ocidente, no período afetado pelas duas guerras mundiais no século XX. Assim, a crítica contra a ontologia perfila uma resposta aos dramas vivenciados nestes drásticos episódios da humanidade. Para ele era preciso uma revisão da filosofia do Ocidente, isto é, repensar a ontologia como abarcante e promotora do pensamento da totalidade. Levinas imprime diversas revisões no âmbito da filosofia: seu contato com a Fenomenologia de Husserl lhe garante um método para desenvolver a ética da alteridade; ao lado da Fenomenologia está a contribuição judaica em sua filosofia, como também a revisão da metafísica e da ideia de Deus provinda de Descartes. Essas contribuições foram submetidas a crítica levinasiana. Para Levinas a ética é a filosofia primeira, ou seja, antes de qualquer definição ou relação objetal com a pessoa humana se situa o face a face, como relação inaugural da ética e anterior à ontologia. Nesse percurso ele levanta a questão da subjetividade, pois pensar uma reorientação da ontologia na relação entre os homens requer uma abordagem peculiar da subjetividade. Disto nasce a ideia de subjetividade ética, que se constitui por meio da evasão do predomínio do ser no encontro com o rosto, categoria de manifestação do outro em Levinas. A subjetividade do sujeito detentor de poder e recorrente a si mesmo é colocada em xeque, pois o rosto lhe atrai para uma responsabilidade irrecusável, que é assumida como resposta: eis-me aqui. Essa resposta vai até a condição de refém e de expiação, contraindo uma responsabilidade infinita em relação ao outro. Para que essa responsabilidade se efetive na relação, Levinas revê a linguagem, invertendo a linguagem ontológica (Dito) com a linguagem ética (Dizer), isto é, Dito antes do Dizer, contudo, ao aparecer o terceiro, o outro do outro, é preciso que se amplie o alcance da ética, que se “transforma” em justiça, isto é, na relação coletiva a relação face a face, a ética se estende à justiça, ocupando as instituições e o Estado. Nesse processo se faz necessária a linguagem ontológica, o Dito; entretanto, Levinas pensa esse Dito desde de uma infiltração do Dizer, ou seja, Dito a partir do Dizer, ontologia desde a ética. Portanto, não obstante a densa crítica, Levinas regressa à ontologia para garantir a justiça, mas uma ontologia encharcada pela ética, antecedida e sustentada pela ética.