Becos, ladeiras e encruzilhadas: andanças do povo-de-santo pela cidade de Salvador

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Oliveira, Íris Verena Santos de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/2868
Resumo: Esta dissertação trata das diversas maneiras encontradas pelos adeptos do candomblé para constituir os espaços da cidade de Salvador na década de 1930. Acredito que pais, mães e filhos-de-santo praticavam a cidade de maneira singular, sacralizando regiões tidas como profanas pelos soteropolitanos que não freqüentavam os terreiros, impregnando o espaço urbano de suas formas de viver e ver o mundo. Através da pesquisa em processos criminais, guias turísticos, textos de folcloristas, cronistas e em jornais, da primeira metade do século XX, foi possível verificar que as disputas pela cidade ocorreram em um momento que a composição urbana adquiria significados especiais para as autoridades baianas que acreditavam que a normatização de Salvador poderia contribuir para re-estabelecer a importância da capital baiana no cenário nacional, através de seu progresso e modernização. Tratava-se de um projeto de cidade que se chocava com as religiões afro-brasileiras tidas, por muitos, como símbolo de atraso e incivilidade. Ainda assim, as práticas religiosas de matriz africana ficaram marcadas na toponímia da cidade, mesmo que, em alguns casos, não fosse oficialmente reconhecida, o que reitera as formas peculiares através das quais o povo-de-santo leu e praticou as ruas, becos, ladeiras e encruzilhadas de Salvador.