Utilização de fitoterápicos nas unidades básicas de atenção à saúde à saúde da família, no municipio de Maracanaú - Ceará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Silva, Maria Izabel Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/4236
Resumo: Um estudo transversal sobre a utilização de medicamentos fitoterápicos nas Unidades Básicas de Atenção à Saúde da Família (UBASF) do município de Maracanaú-Ce foi realizado em duas etapas entre agosto de 2002 e janeiro de 2003; Primeiramente, foram entrevistados nas farmácias das UBASF, mediante questionário estruturado, 226 usuários maiores de 18 anos, com prescrição contendo medicamento fitoterápico; e posteriormente, utilizando-se metodologia qualitativa, foram selecionados 12 prescritores (6 médicos e 6 enfermeiros) e 12 usuários para um estudo aprofundado sobre a fitoterapia, considerando os aspectos sócio-culturais que envolvem tal prática. Esta etapa foi realizada mediante entrevistas semi-estruturadas, gravadas, nos respectivos consultórios e residências. Dos 226 usuários entrevistados, 85,4% foram do sexo feminino e 14,6% do masculino, com média de idade de 38 anos; 94,2% receberam explicação do prescritor quanto ao uso do fitoterápico; apenas 27,0% relacionaram o fitoterápico ao Programa farmácias Vivas; 63,1% já havia utilizando o fitoterápico antes, dentre os quais, a maioria relatou sua eficiência terapêutica. Dos 542 medicamentos prescritos, 58% foram alopáticos e 41,7% fitoterápicos; a média de medicamentos por prescrição foi de 2,39 e a média de fitoterápicos foi de 1,01%. Os fitoterápicos mais prescritos foram: o Xarope Expectorante (63,8%), o Sabonete de Alecrim (11,4%) e a Tintura de Mororó (11,4%). Dentre os 12 prescritores entrevistados, 91,66% afirmaram que prescrevem medicamentos fitoterápicos com freqüência e reconhecem sua eficiência terapêutica; o fator econômico também foi constantemente citado. Foi observada a homogeneidade das opiniões entre médicos e enfermeiros; 100% dos prescritores reclamaram a quantidade insuficiente dos fitoterápicos em relação à demanda. Dos 12 usurários entrevistados nas residências, todos demonstraram sua crença na eficiência dos fitoterápicos (caseiros ou das UBASF), geralmente relacionada à origem “natural” dos mesmos, conceito legado da cultura empírica da comunidade; a referência ao fator econômico como justificativa para o uso de produtos fitoterápicos foi insignificante. O presente estudo demonstrou que a Fitoterapia em Maracanaú é bastante aceita por usuários e prescritores. Entretanto, o país necessita de uma legislação específica para a produção de fitoterápicos na atenção primaria, que forneça subsídios aos Programas de Fitoterapia, no que concerne à realização de estudos de eficácia e toxicidade dos medicamentos produzidos, e de ações de Farmacovigilância e controle de qualidade na produção e uso racional dos mesmos.