Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Paulo, Adriano Ferreira de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
www.teses.ufc.br
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/15719
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Resumo: |
Em 2013 foram completados 10 anos de implementação, no Brasil, da Lei Federal 10.639/03, lei que modificou a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) instituindo a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nos níveis de ensino fundamental e médio, no âmbito de todo o currículo escolar público ou privado, em especial nas áreas de Educação Artística, Literatura e História Brasileiras. O ensino de História destaca-se por estar em sintonia, de acordo com os DCNs (Diretrizes Curriculares Nacionais), tanto nos níveis Fundamental como Médio, e com a possibilidade de ações multiculturais. Porém, ao falarmos sobre religiões de matriz africana em âmbito escolar, muitas vezes ocorrem tensões e embates simbólicos, entre professores e alunos, devido a não aceitação destas crenças, demonstrando raízes de discriminação e violência religiosa em alguns alunos, destacadamente cristãos, baseados em discursos ensinados e reproduzidos dentro das instituições religiosas, destacando-se neste trabalho, a Renovação Carismática Católica. Nesta pesquisa buscamos compreender estes acontecimentos, trazendo-os à investigação científica, discorrendo sobre suas consequências para a educação, uma vez que acontece um condicionamento dos alunos carismáticos para não aceitarem as crenças afro-brasileiras como forma de uma possibilidade de ritual sagrado. Nosso embasamento teórico discorre em Bourdieu e Passeron (1975), Candau (2008), Caputo (2012), Certeau (1996), Charlot (2013), Foucault (2002), Ferreira (2005), Freire (1992), Gomes (2005), Mc Laren (2000), Munanga (2005), Petit (2015), Prandi (1998) e Sodré (2012). Esta pesquisa é do tipo qualitativa, por isso nossa intenção de investigação vai além de quantificações e se debruçará sobre os sujeitos e suas significações para o fenômeno estudado. Nossa metodologia está norteada pela Pesquisa Etnográfica, em Ludke (1986) e André (1986) e pela História Oral, a partir dos conceitos de Le Goff (1994). Utilizamos como procedimentos metodológicos: análises bibliográficas, documentais, entrevistas e questionários nas escolas pesquisadas. A demarcação espaçotemporal são 05 escolas públicas localizadas no bairro Grande Bom Jardim (Siqueira, Bom Jardim, Granja Lisboa, Granja Portugal e Canindezinho), em Fortaleza, no Ceará, Brasil, analisando os dias atuais, em que teremos como sujeitos participantes alunos e professores. Os dados analisados são os frutos de uma dissertação de Mestrado em Educação Brasileira. Os resultados mostram que mesmo depois de 10 anos de implementação da lei 10.639/03, vemos que ainda há muito a ser feito, principalmente no tocante ao respeito às práticas culturais africanas, particularmente suas crenças. Ações de violência religiosa entre alunos e professores foram encontrados e apontados como alarmantes e a Renovação Carismática Católica apresenta-se como mais um segmento religioso que marginaliza as religiões de matriz africana difundindo em seus grupos e comunidades religiosas preconceitos sobre estas crenças. Acreditamos que o debate, a desmistificação do tema, tendo como auxílio na educação o ensino de História, relacionando aspectos religiosos e sociais, seus ganhos e perdas para a formação do Brasil, trará contribuições para a educação com maiores significações multicultuais. |