Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Xavier, Maico Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
www.teses.ufc.br
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/14514
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Resumo: |
A presente tese reflete um esforço no sentido de perceber e compreender as estratégias das autoridades provinciais do Ceará para elidir as culturas dos povos indígenas e inseri-los de vez à sociedade cearense, objetivando torná-los dependentes das instituições oficiais e do poder dos potentados locais. Tendo suas identidades ignoradas e estigmatizados pelo discurso dos administradores e intelectuais oitocentistas, os índios estabeleceram táticas, com bastante cautela, para não perder totalmente suas áreas territoriais e suas práticas culturais. Mesmo com os planos de dominação do Estado brasileiro, diante das medidas de controle dos dirigentes provinciais e do poder dos proprietários, não aceitavam inertes a condição de subalternos. Examinando com atenção e de forma crítica os documentos do século XIX, constata-se que protagonizaram acontecimentos marcantes, tomaram decisões e fizeram escolhas embora em situações difíceis. Apesar de viverem sob pressões e ameaças, muitos se recusavam a aceitar facilmente o rígido disciplinamento do trabalho pensado pelas elites governantes. Ademais, nesse período em que os moradores não indígenas e câmaras municipais buscavam consumar a usurpação das terras indígenas, vários índios resistiram e continuaram habitando essas áreas, buscando garantir principalmente a sobrevivência física e, na medida do possível, étnico-cultural. Embora tenham sido considerados extintos na segunda metade do século XIX, na prática, enquanto sujeitos históricos e étnico-culturais, não deixaram de existir, diferenciando-se dos demais segmentos da sociedade cearense. Assim, este estudo surge da necessidade de compreender esse processo histórico. Se a versão de inexistência indígena que hoje se difunde passou a ser constituída no Ceará provincial, é neste contexto que se acham as raízes que dão legitimidade a ação dos índios que, na contemporaneidade, buscam a autoafirmação como tais, exigindo seus direitos envolvidos por um sentimento de indianidade. |