Viabilidade da compartimentação pedo-climática para o planejamento da conservação Biológica - estudo de caso na microbacia do Riacho Capitão-Mor (Ceará)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Menezes, Marcelo Oliveira Teles de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/16818
Resumo: Os recursos financeiros e humanos disponíveis para a conservação biológica são escassos no Brasil. Nesse contexto de limitação de recursos, o macro-planejamento da conservação – os critérios de escolha da localização e interação entre áreas de proteção – torna-se uma questão central, no intuito de otimizar a alocação de esforços de conservação biológica. Historicamente, a alocação de unidades de conservação tem sido guiada pela riqueza de espécies biológicas (hotspots). No entanto, esse critério tem sido apontado como reducionista e falho, de modo que muitos autores têm proposto novas abordagens de planejamento da conservação. Por meio de um estudo de caso na microbacia do riacho Capitão-Mor – localizada nos sertões centrais do Ceará – este trabalho visou analisar a viabilidade da compartimentação ambiental como instrumento de mapeamento de padrões de biodiversidade – poupando o grande esforço dispendido em levantamentos fitossociológicos nos casos de grandes extensões territoriais. Compartimentos pedo-climáticos com diferentes condições ambientais foram caracterizados e comparados quanto a clima, solo e flora. Pela Análise de Correspondência Retificada (DCA), analisou-se quais fatores exerceram maior influência sobre a distribuição das espécies vegetais. Com base na sua distribuição, bem como o estado de conservação de cada setor da microbacia, foi-lhe elaborado um plano de conservação. O planejamento foi embasado na unidade da bacia hidrográfica e por princípios sistêmicos de funcionalidade e representatividade – com vistas a contemplar a heterogeneidade natural e garantir o funcionamento da biodiversidade e outros processos geoambientais. Constatou-se que a distribuição das espécies e fisionomias vegetais na área de estudo corresponderam basicamente a padrões de clima (umidade) e fertilidade do solo (saturação por bases e por alumínio) – ambos fatores determinados pelas condições topográficas de altitude e declividade. Com o padrão observado, concluiu-se que a topografia é o fator ambiental mais adequado para a associação entre as características do meio ambiente físico e a distribuição das espécies vegetais. O macro-planejamento conservacionista embasado na unidade da bacia hidrográfica trouxe muitos aspectos positivos à funcionalidade do sistema de conservação. A abordagem de bacias hidrográficas tornou possível e fácil a interligação entre unidades de conservação, uma vez que os padrões de drenagem favoreceram sua interligação por meio de matas ciliares, que assumiram a função de corredores ecológicos. Desse modo, além da potencial contemplação de todos os setores geoambientais da microbacia com unidades de conservação, é possível dotar o sistema com um funcionamento em rede.