O pictórico em O ano de 1993, de José Saramago: interdiscursividade com o surrealismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Fernângela Diniz da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/37834
Resumo: A presente dissertação propõe verificar a interdiscursividade presente entre o poema em prosa O ano de 1993, publicado em 1975, por José Saramago, e o movimento surrealista, destacando, especialmente, as questões relacionadas aos aspectos visuais comuns à expressão pictórica. O estudo baseia-se, especialmente, nos preceitos apresentados por Breton em O Manifesto do Surrealismo (1924), bem como no Segundo manifesto do Surrealismo (1929). Partimos, pois, do olhar imagético surrealista almejando averiguar a figuratividade presente no discurso saramaguiano, responsável por transmitir valores ideológicos e criar, assim, o efeito de sentido pictórico na obra. Para tanto, apresenta-se primeiramente uma revisão da fase literária inicial de José Saramago, visando perceber as transformações estilísticas ocorridas em sua trajetória lírica e, em seguida, é estabelecido um cotejo entre características comuns aos manifestos e ao poema em prosa adotado como corpus. Finalmente é elaborada uma análise minuciosa acerca dos efeitos de sentido pictórico e insólito, em O ano de 1993 que compõem a visualidade do texto. Esta pesquisa comparativa conta com os estudos acerca do movimento surrealista de Peter Bürger (2002), Maurice Nadeau (2008) e Michael Löwy (2002). Consideram-se também os pioneiros da crítica saramaguiana, Horácio Costa (2011) e Maria Alzira Seixo (1997). Além de apoiar-se nos conceitos da semiótica discursiva greimasiana, na visão de Diana Luz Pessoa de Barros (1988), José Luiz Fiorin (2010) e Denis Bertrand (2000). A pesquisa confirma que as isotopias temático-figurativas apresentadas em O ano de 1993 atualizam os valores críticos abordados nos manifestos do poeta e teórico André Breton.