Instrução feminina na prosa regionalista (1914-1929) de Afrânio Peixoto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Fernandes, João Paulo Melo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/36238
Resumo: Esta pesquisa almeja investigar a trajetória narrativa das figuras femininas transgressoras e submissas dos romances regionalistas Maria Bonita (1914), Fruta do Mato (1920), Bugrinha (1922) e Sinhazinha (1929) com as orientações do compêndio Eunice ou A Educação da Mulher (1936) do escritor baiano Afrânio Peixoto (1876-1947). Tal obra educativa, além de fazer uma retrospectiva sobre a tradição patriarcal que designava qual deveria ser o papel da mulher na sociedade, continha elementos de instrução e aconselhamento que seguiam uma tradição judaico-cristã que influenciou, desde o século XVI, a publicação de manuais portugueses que vislumbravam preparar a mulher para o matrimônio e a maternidade. Sobre a prosa regionalista de Peixoto, ambientada no sertão da Bahia, registra-se a visão cientificista e memorialística do autor acerca da terra, da gente e da cultura, como ratificam suas obras acadêmicas: Minha Terra e Minha Gente (1916), Poeira da Estrada (1918), Trovas Brasileiras (1919) e Clima e Saúde (1938). Por sua vez, no campo educacional, a publicação de Eunice veio consolidar a carreira docente de Afrânio Peixoto, que desde a sua mudança para o Rio de Janeiro (1902) esteve envolvido em diversas atividades pedagógicas: Professor da Faculdade de Medicina (1907), Diretor da Escola Normal (1915), Diretor da Instrução Pública (1916), Professor do Instituto de Educação (1932) e Reitor da Universidade do Distrito Federal (1934), tornando-se, por conseguinte, uma autoridade em Educação. Nessa relação dialógica entre seus romances e suas ideias acerca de uma instrução feminina, Peixoto abordava temas como a questão da honra e da virgindade, a aspiração da mulher à vida conjugal, bem como da sua culpabilidade pela infelicidade do lar. Para tal investigação, citam-se obras de caráter antropológico e histórico, como as de Luís da Câmara Cascudo (2005, 2006, 2012), Lília Moritz Schwarcz (2017), Gilberto Freyre (2006), Ivan Aparecido Manoel (1996), Mary del Priore (2011, 2012, 2013, 2016), Yvonne Knibiehler (2016) e Miridan Knox Falci (2017). Complementando tal metodologia de comparação literária sobre os perfis de mulher dessas obras regionalistas, recorreu-se não apenas à leitura e à análise dessas narrativas, como também se consultou a fortuna crítica da obra literária de Afrânio Peixoto, a exemplo dos estudos de Leonídio Ribeiro (1950), Afrânio Coutinho (1953, 1962, 1969), Luís Viana Filho (1963), Fernando Sales (1988, 2001), Lúcia Miguel Pereira (1988, 2005), Alfredo Bosi (1967, 2015), Massaud Moisés (2016), Rosa Gens (2014), entre outros.