Representações do caldeirão do Beato José Lourenço na Literatura de Cordel: leituras comparativas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Santos, Ana Cláudia Veras
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: www.teses.ufc.br
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/8110
Resumo: A presente dissertação tem como objetivo cotejar as representações do Caldeirão do beato José Lourenço na literatura de cordel através de um corpus constituído para esta pesquisa. Dos dezesseis folhetos catalogados, oito foram analisados e são distribuídos cronologicamente entre os anos de 1935 e 1992. No decorrer desse período se insinuaram três décadas de silêncio da poética popular sobre o fenômeno. Destarte, conjecturações acerca das narrativas foram tecidas sem juízos de valor ou buscas pelas verdades, e sim estabelecendo entre elas relações de verossimilhança e “efeito de real”, conforme apontado por Roland Barthes e Antoine Compagnon (1999). A apreciação se deu pela forma através da qual o poeta cordelista (re)criou sua história sobre o Caldeirão, de modo a compará-la à luz dos aspectos considerados por ele determinantes, como por exemplo: a religião, a política, a sociedade, a história, a cultura, o misticismo ou outros textos. Constatamos ainda que a época escolhe suas verdades e o poeta as desenvolve, confirmando a sentença balizada por Antonio Candido (2006), na qual texto e contexto são indissociáveis. De modo que temos relatos pautados em aspectos determinados, prevalecendo entre as representações o modelo de “benfeitorias” experimentado por José Lourenço e sua comunidade no início do século XX. Diante disso, a história do Caldeirão vem sendo elaborada, fundamentada, por vezes refutada, e não concluída, visto que está em construção também, por uma geração de cordelistas que “inventa” o seu Caldeirão, seguindo a perspectiva de presente em relação ao passado, em acordo com Durval Muniz (1999)