Análise acústica do schwa na produção oral de aprendizes brasileiros de francês língua estrangeira em diferentes níveis de aprendizagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Sampaio, Felipe Sousa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
FLE
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/41069
Resumo: O schwa em francês moderno é um fenômeno referente ao nível fonético e fonológico da língua e bastante instável na produção oral. Também conhecido por E-mudo, E-instável ou E-caduco, o schwa tem sido bastante discutido por autores na área do francês como língua materna a respeito da sua identidade e seu papel na língua francesa (LÉON, 1996; APPIA; METTAS, 1968; LAURET, 2015; LÉON et al, 2012), uma vez que ele pode ser pronunciado ou não sem que isso comprometa o sentido da palavra. É sabido que o schwa francês é uma vogal de média abertura, anterior e labializada, diferentemente do schwa em outras línguas e daquele apresentado no Alfabeto Fonético Internacional (AFI). Nossos objetivos foram os de verificar em qual grupo ocorreu a maior taxa de apagamento do schwa; verificar se a duração relativa do schwa é maior ou menor que a das vogais médias vizinhas [e ε ø œ o ͻ]; verificar se a duração relativa do schwa aumenta ou diminui em relação aos níveis de aprendizagem; e identificar o grau de distanciamento do schwa por meio de seus valores formânticos, F1 e F2, comparando-os aos das vogais médias vizinhas [e ε ø œ o ͻ] nos diferentes níveis de aprendizagem (iniciante, intermediário e independente). Como teorias de base, toma-se o Modelo de Aprendizagem da Fala de Flege (1981, 1991, 1995) e da Aquisição de segunda língua como Sistema Complexo e Dinâmico (LARSEN-FREEMAN, 1997; BOT et al, 2007), compreendendo a interlíngua de aprendizes de L2 como um sistema adaptativo complexo. Os dados foram coletados por meio de gravações da fala de aprendizes de FLE de três níveis (iniciante, intermediário e independente) de um centro de idiomas da Universidade Federal do Ceará, a Casa de Cultura Francesa, os quais leram uma lista de palavras com a presença do schwa, bem como de vogais vizinhas, inseridas em uma frase-guia a fim de controlar os efeitos de prosódia. Utilizamos o software PRAAT para segmentação e etiquetação das vogais em análise e o R para testes estatísticos e geração de gráficos com a finalidade de testar as hipóteses de pesquisa. Os resultados para as taxas de apagamento entre os grupos não foram estatisticamente significativas, de forma que não podemos vincular apagamento com nível de aprendizagem. Também mostraram que os participantes produzem o schwa com duração relativa menor apenas que as vogais [ø], [œ] e [ͻ], nos grupos iniciante e independente, não sendo encontrado resultado estatisticamente significativo para o grupo intermediário. Verificamos ainda que não há redução do valor de duração à medida que aumenta o nível de aprendizagem dos participantes. A respeito do grau de distanciamento do schwa, os resultados da plotagem das vogais e as distâncias euclidianas mostraram que o schwa encontra-se sobreposto ao mesmo espaço acústico das outras vogais médias, nos três grupos, sendo percebido e produzido como muito próximo acusticamente dessas vogais.