Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Nunes, Renata Aguiar |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
www.teses.ufc.br
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/8120
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Resumo: |
A crítica em torno da obra de Lima Barreto apresentou um importante avanço nas últimas décadas, ao adotar uma postura mais coerente com os princípios éticos e estéticos assumidos pelo escritor. Com um projeto criador dissonante dos preceitos literários que o cercavam, Lima foi rechaçado pela crítica literária de sua época, cujas concepções literárias se chocavam com as suas. Apenas a partir dos anos 70, estudos desenvolvidos por Antonio Arnoni Prado (1989) e Osman Lins (1976) passaram a apresentar um novo olhar sobre os elementos que constituem a obra desse autor, sobretudo no que tange aos seus romances. Entretanto, os contos, importante parcela da obra barretiana, não receberam a devida atenção por parte da crítica, demandando estudos que lhes esclareçam a constituição e a relação com o propósito ético e estético do escritor. Tais textos apresentam a mesma postura crítica e concepção de forma que se destaca nos seus romances, sendo esta caracterizada por uma estrutura extensiva e solta. Se, para o gênero romanesco, a falta de unidade que subjaz a esse tipo de ordenação poderia representar um entrave na constituição de uma forma literária válida, tratando-se de uma narrativa curta, como o conto, a questão tornar-se-ia ainda mais complexa. A fim de denunciar e propor reflexões acerca das problemáticas que compunham o cenário da Primeira República, Lima submete a forma de seus contos à matéria e aos efeitos visados, desprendendo-se de modelos fixos. Dessa maneira, verifica-se que a estética e a matéria dos contos do autor seguem um caminho contrário não só aos padrões cultivados pelos escritores e intelectuais aclamados no início do século XX, mas também aos pressupostos defendidos por renomados teóricos do gênero, como Poe e Cortázar. Acredita-se que a composição dos contos de Lima Barreto está ligada ao seu projeto ético e estético, o qual tem por escopo a ruptura com os padrões literários vigentes em sua época somada ao conhecimento crítico e à denúncia de mazelas referentes ao início do período republicano. Diante disso, esta pesquisa investiga, nos contos barretianos, os elementos internos que os constituem e as suas relações com o propósito ético e estético que norteia o trabalho do escritor, a fim de evidenciar a intrínseca ligação entre os procedimentos literários empregados na composição dos contos, os efeitos visados a partir de sua organização e a matéria representada. |