Cartografia do saber/fazer das marisqueiras: leituras outras das tecnologias, técnicas artesanais como potência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Rozo Sandoval, Ana Claudia
Orientador(a): Burnham, Teresinha Fróes
Banca de defesa: Ribeiro, Núbia Moura, Jambeiro, Othon Fernando, Nascimento, Wanderson Flor do
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: Programa de Doutorado Multi-institucional e Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/18276
Resumo: Esta tese de doutorado aborda a discussão sobre as formas como as tecnologias são inseridas nas sociedades e nas culturas, evidenciando tensões entre maneiras distintas de relação com os universos técnicos que não são homogêneos, mas parte da mesma realidade; interpela os modos pelos quais o conhecimento técnico e tecnológico circula, legitima-se e se conecta com o poder; explicita alternativas às formas hegemônicas da racionalidade técnica e indaga por vínculos mais próximos à diversidade sociocultural, no intuito de propor diálogos menos verticais, mais rizomáticos. Assume a opção teórico/epistemológica da perspectiva decolonial (Quijano, Dussel, Mignolo, Torres, Castro-Gómez) que permite interrogar a matriz contemporânea saber/poder agenciada pelas tecnologias, bem como as contribuições do pensamento de Rodolfo Kusch em diálogo com Simondon para obter outras aproximações às tecnologias nas dimensões filosófica, sociológica, antropológica e política. Arrisca a construção da cartografia (Deleuze e Guattari) do saber/fazer da técnica de mariscar com as marisqueiras de Passé de Candeias, tendo o propósito de analisar e delinear as relações de poder que se revelam sobre seus saberes/conhecimentos técnicos, as manifestações da técnica artesanal e suas conexões com os objetos técnicos para identificar os vínculos entre Cultura/Tecnologia/Conhecimento; para a produção cartográfica se elaborou um livro coletivo com a comunidade de saber como agenciamento. As narrativas e análises permitiram desvelar a complexidade da realidade técnica, os níveis de imbricação entre Ser/Técnica/Saber incorporados à natureza na unidade harmônica do território (o mangue) que se fratura e fragmenta por um exterior que despreza os saberes e singularidades das técnicas artesanais, a virtualidade de diálogos entre estas técnicas e as “modernas”, os nexos entre Corpo/Tecnologia/Objeto técnico, a dificuldade de habitar o mundo mediado tecnologicamente mantendo a separação entre Humanidade/Técnica/Natureza, a necessidade de viver o tempo em conexão com a natureza como linhas de fuga da alienação tecnológica produzida pela ausência de pensar sobre a mesma.