Fatores associados às mudanças corporais de travestis e mulheres transexuais, em uma cidade do Nordeste brasileiro.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Ricardo Araújo da lattes
Orientador(a): Dourado, Maria Inês Costa
Banca de defesa: Silva, Luís Augusto Vasconcelos da, Barreto, Florisneide Rodrigues, Santos, Marcos Pereira, Oliveira, Luciana Mattos Barros, Rossi, Thais Regis Aranha
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia. Instituto de Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC-ISC)
Departamento: Instituto de Saúde Coletiva - ISC
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37756
Resumo: Introdução: Os aspectos relacionados à modificação corporal em Travestis e Mulheres Transexuais (TrMT) ainda são poucos explorados no que refere aos impactos a saúde dessa população vulnerável. O pouco acesso aos serviços de saúde e a discriminação, são dados que apontam para o alijamento social e consequentemente ao aumento de morbidades que podem estar relacionadas ao uso não prescrito de hormônios, uso ilícito de silicone liquido industrial (SLI) e infecções sexualmente transmissíveis, a exemplo da sífilis e HIV. Objetivo: Investigar a associação entre a mudança corporal, práticas sexuais e aspectos sociodemográficos em TrMT e riscos à saúde. Metodologia: Trata-se de um estudo de corte transversal, com 127 TrMT recrutadas através do método RDS – Respondent Driven Sampling – ou amostragem dirigida pelo participante. Os dados quantitativos foram provenientes de um inquérito epidemiológico, realizado entre 2014 e 2016 em Salvador- Bahia-Brasil. Resultados: Os dados analisados demonstraram que 60% da amostra tinham menos de 25 ano; que as TrMT fazem uso indiscriminado de hormônios de forma não prescrita e em elevadas quantidades, a partir dos 12 anos de idade. A proporção de uso do SLI foi de 31,6%, e o uso dessas substâncias está associado ao trabalho sexual. Além disso, estimou-se uma associação positiva entre infecção por sífilis e prática de sexo anal receptivo desprotegido com clientes (RP: 1,96; IC95% = 0,85-4,53;), mas sem atingir significância estatística ao nível descritivo do valor de p=0,05. A prática sexual com homens cis nos seis meses anteriores a pesquisa, também parece estar associada com a infecção por sífilis (RP: 3,34; IC95% = 0,77-14,40). Conclusão: Os dados sugerem a necessidade de investimento em políticas públicas de saúde, o que inclui a reorganização dos serviços direcionados para população de TrMT, e uma melhor formação de profissionais da saúde para atendimento dessas demandas aqui referidas.