Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Radek, Juliana Cunha Costa |
Orientador(a): |
Silva, Maria Auxiliadora |
Banca de defesa: |
Prost, Catherine,
Farias, Sergio Coelho Borges,
Pidner, Flora Souza,
Santos, José Antonio Saja Ramos Neves dos |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Geociências
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geografia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27507
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Resumo: |
O cinema, desenvolvido na Europa no final do século XIX, foi considerado um sistema moderno, científico e mecânico de reprodução e distribuição de imagens em movimento que proporcionava ao espectador experienciar o mundo através da ilusão tridimensional do espaço, transformando-o em um sinônimo de janela sobre a realidade. Na contemporaneidade, o cinema tornou-se a principal forma de arte com capacidade de transmitir, multisensorialmente, as dinâmicas espaciais, temporais e culturais às plateias mundiais, devido a sua competência de unir o tempo e o espaço de maneira concreta e simbólica. A relação simbiótica entre as Ciências Geográfica e Fílmica foi abordada, nesta pesquisa, a partir de diferentes perspectivas interdisciplinares e multidisciplinares com viés qualitativo. Consequentemente, compreende-se que o filme opera como um meio simbólico para análise das representações do espaço, do território e da paisagem. O cinema, como uma arte geográfica, além de oferecer novas alternativas para o estudo das dinâmicas espaciais, proporciona, também, ao cineasta e ao público novos modos de construir, mentalmente, o espaço através das imaginações geográficas de espaços cinematográficos conhecidos, reconhecidos ou inventados. Deste modo, a presente tese objetiva, primeiramente, apresentar o processo evolutivo das tendências estéticas e temáticas do cinema ocidental, com destaque especial para o cinema europeu, estadunidense e brasileiro a partir do momento da primeira exibição pública até os dias atuais. Além disso, investiga-se, também, o desenvolvimento cinematográfico da representação da violência e da ultraviolência criminal urbana no contexto estadunidense e brasileiro. Assim, dentro deste panorama, o trabalho foi estruturado em três partes. A primeira, apresenta um referencial teórico-conceitual centrado em três temáticas; a violência sob o prisma do Processo de Civilização de Norbert Elias, a abordagem cultural na Geografia e, a elaboração dos estudos cinematográficos na Geografia. Na segunda parte, foi construída uma ampla abordagem histórico-geográfica para estabelecer uma periodização, em oito estágios, do cinema ocidental, com ênfase no cinema brasileiro, a partir de influências endógenas e exógenas referentes aos contextos espaciais, sociais, políticos, ideológicos, econômicos e culturais do Oriente e do Ocidente. Deste modo, esta divisão resultou na análise dos períodos da Belle Époque, do Cinema Hollywoodiano, dos Ciclos Regionais, da Chanchada, do Cinema Novo, da Pornochanchada, do Cinema da Retomada e do Cinema da Pós-retomada. A terceira e última parte tem por finalidade explorar as representações cinematográficas da violência no final do século XIX até meados do século XX e da ultraviolência criminal urbana, a partir da segunda metade do século passado, através de estudos centrados no desenvolvimento da censura e do Sistema de Classificação Indicativa de Filmes nos contextos estadunidense e brasileiro. Deste modo, pode-se compreender os fatores que levaram ao estabelecimento de convenções estéticas ocidentais e orientais para a performance e a montagem de conteúdos violentos e ultraviolentos na cinematografia dos Estados Unidos e do Brasil. Por fim, apresentou-se, cronologicamente, uma análise fílmica de seis longas-metragens brasileiros de ficção do circuito comercial lançados entre 1960 e 2010, que tiveram resultados positivos em termos de sucesso de bilheteria, recepção crítica e impactos estético e temático para o desenvolvimento da cinematografia brasileira sobre a violência urbana. Neste recorte temporal, foi demonstrado uma tendência representacional da violência criminal urbana, que evoluiu de roubos as atividades do tráfico de drogas, na região Sudeste, notadamente, nas favelas do Rio de Janeiro e nas periferias de São Paulo. |