Balanço hídrico transitório e análise das variações de níveis d’água na porção meridional do Aquífero Urucuia – Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira, Leanize Teixeira
Orientador(a): Leal, Luiz Rogério Bastos
Banca de defesa: Demétrio, José Geilson Alves, Zucchi, Maria do Rosário, Gonçalves, Mário Jorge de Souza, Luz, Joana Angélica Guimarães da
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Geociências
Programa de Pós-Graduação: em Geologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32757
Resumo: O Oeste do estado da Bahia-Brasil, maior área de agronegócio do estado, experimenta uma progressiva ocupação a partir da década de 80, ocasionando pressão sobre os recursos hídricos, principalmente após a introdução da irrigação, e já apresentando conflitos entre usuários das águas. O recurso hídrico tem sido a mola propulsora das atividades agrícolas, e dado a sua importância estratégica e ao acoplamento hidráulico entre rios e aquíferos, os estudos hidrológicos necessitam de análises que integrem a dinâmica das águas superficiais e subterrâneas. Esta pesquisa apresenta uma análise espacial e temporal dos componentes do balanço hídrico visando entender a dinâmica dos principais fluxos d’água das bacias dos rios Arrojado, Formoso e Éguas, afluentes da bacia do rio Corrente-Bahia, e seus reflexos nos níveis dágua subterrânea do aquífero Urucuia. Os efeitos da extração de águas subterrâneas por poços em uma porção do Sistema Aquífero Urucuia e a quantificação dos componentes do Balanço hídrico foram feitos utilizando a simulação de fluxo hídrico subterrâneo em regime estacionário para três cenários: i) sem bombeio; ii) com bombeio atual e; iii) com 60% a mais de extração por poços. Após definição das vazões de produção dos poços atuais (4,6 m3 s-1) e da modelagem da geometria da base do aquífero (espessura máxima de 535 m), os modelos estacionários sem bombeio e com bombeio mostram que, a longo prazo, o armazenamento de água subterrânea diminui em 2 km3 (rebaixamento médio no aquífero de 0.8 m) sem interferências na direção de fluxo regional. O balanço de massa mostra que o fluxo de base dos rios principais é reduzido em aproximadamente 6% após a extração de água subterrânea atual e mais 2,5% após acréscimo de extração. Foi utilizado ainda a ánálise isotópica em conjunto com a simulação numérica de fluxo transiente para descrever a dinâmica dos componentes do balanço hídrico entre 2005 e 2018. A análise isotópica evidencia a interação rio-aquífero, o efeito da evapotranspiração na recarga e o efeito quantidade. Os resultados mostram diminuição progressiva da recarga entre 2012 e 2017, a importância da evapotranspiração nos cálculos da recarga, e diminuição das chuvas, causando o declínio nos níveis d’água subterrâneos e do fluxo de base dos rios (as vazões médias dos rios também vêm sofrendo declínio, sendo um reflexo das ações conjuntas de diminuição de fluxo de base e retiradas diretas de águas para irrigação), e sugere que recargas efetivas ocorrem em chuvas de grande volume. A simulação prevê ainda que caso ocorra uma diminuição de recarga em 10%, cargas hidráulicas e fluxos de base tardam aproximadamente uma década para se reequilibrarem. Considerando que a explotação de aquíferos deve ser norteada pela sustentabilidade ambiental do sistema hídrico no sentido de equilibrar as condições de bombeio à mitigação de suas consequências, torna-se evidente a importância de monitoramento hidroclimatológico contínuo e mensuração das retiradas, visando acompanhar a dinâmica entre demandas e disponibilidades hídricas. Os resultados apontam para um impacto maior da explotação dos aquíferos sobre rios, causado por uma redução no armazenamento e no fluxo de base.