Riscos do traço e do olhar nas narrativas-limiar de Guimarães Rosa e Glauber Rocha

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Falcão, Marisa Áurea de Sá
Orientador(a): Hoisel, Evelina de Carvalho Sá
Banca de defesa: Hoisel, Evelina de Carvalho Sá, Coutinho, Eduardo de Faria, Mendes, Cleise Furtado, Herrera, Antonia Torreão, França, Denise Carrascosa
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27765
Resumo: A partir da noção de limiar, o presente trabalho analisa as estratégias narrativas do romance Grande sertão: veredas de João Guimarães Rosa e do filme Deus e o diabo na terra do sol de Glauber Rocha, avaliando os efeitos desestabilizadores que essas narrativas-limiar exercem sobre as noções contemporâneas de tempo, espaço e identidade. Utilizando-se do conceito de corte cinematográfico como imagem de pensamento, metáfora do limiar, examina a tensão estabelecida por narradores que se posicionam entre a ordenação verossimilhante de uma narrativa contínua e a errância de uma narrativa elaborada sob a ação subversiva do simulacro, responsável por instaurar o tempo não cronológico, o espaço desterritorializado e a identidade paradoxal. Com o objetivo de melhor refletir sobre essa tensão entre verossimilhança e simulacro, analisa também alguns contos do livro Primeiras estórias de João Guimarães Rosa, o romance PanAmérica de José Agrippino de Paula e os filmes Psicose de Alfred Hichtcock, A Idade da terra e O dragão da maldade contra o santo guerreiro de Glauber Rocha, além de Corra Lola, corra de Tom Tykwer, estabelecendo um diálogo entre as estratégias narrativas dessas obras e as narrativas-limiar de Grande sertão: veredas e Deus e o diabo na terra do sol. Conclui que o caráter movente de uma narrativa-limiar se desenvolve pela ação de desvio do simulacro em processos de desterritorialização que remetem a um agenciamento incessante entre estratégias de codificação e de descodificação sígnicas.