Hidroquímica da microbacia do Rio São Paulo, Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Ramos Junior, Antonio Bomfim da Silva
Orientador(a): Cruz, Manoel Jerônimo Moreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Geociências
Programa de Pós-Graduação: Em Geologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/25921
Resumo: A bacia hidrográfica do rio São Paulo, a exemplo de tantas outras, está inserida na problemática de degradação ambiental. Apesar de ostentar importância ambiental e social, a microbacia é submetida a agressões constantes, principalmente, por estar circundada por inúmeras atividades industriais e margeada por diversos municípios e pequenos povoados, o que tem provocado diversos impactos negativos. Composta pelo rio São Paulinho, a represa Coréia e o estuário do rio São Paulo, localiza-se no município de Candeias, no Recôncavo baiano, porção Norte-Nordeste da BTS, e dista cerca de 46,1 km de Salvador. As atividades antropogênicas lançam diversos poluentes nessa região, entre os quais se destacam os metais-traços, que são contaminantes ambientais estáveis e persistentes, uma vez que não podem ser degradados ou destruídos. Sendo a sua determinação quantitativa em amostras de águas salobras/salinas de grande importância prática, pois fornece dados relevantes tanto para o estudo de processos naturais quanto de contaminações ao meio ambiente. Porém, as baixas concentrações e a complexidade da matriz salina requerem a utilização de técnicas analíticas sensíveis e uma etapa preliminar de extração e pré-concentração. Além do mais, as avaliações referentes à área de estudo, já desenvolvidas, são inconsistentes e não permitem realizar uma caraterização hidroquímica e ambiental, eficiente da microbacia. Mediante ao exposto, questiona se o estabelecimento e a aplicabilidade de uma técnica que elimine a matriz salina, promoverá resultados de metais-traço mais confiáveis e possibilitará realizar uma avaliação ambiental eficaz e coerente ou se a microbacia, realmente, não apresenta concentrações significativas de metais-traços na fração dissolvida; e se as flutuações físico-químicas garantem a resiliência da microbacia quanto à contaminação hídrica por metais-traços na fração dissolvida, não comprometendo a BTS. Objetivando compreender o comportamento hidroquímico, por meio de parâmetros ambientais e metais-traço utilizando-se de uma metodologia específica para remoção de matriz salina e determinação por ICP-MS. E intrinsicamente, verificar a influência da forçante hidrodinâmica na variabilidade sazonal desse comportamento. Foram realizadas quatro campanhas amostrais com mensuração de parâmetros físico-químicos, de forma estratificada, em 15 pontos, ao longo da microbacia, durante um ano, para atender os objetivos. Quanto aos desafios referentes à determinação de metais em matriz complexa, a técnica de extração e pré-concentração com utilização de resina quelante, foi considerada bastante eficiente, pois eliminou o efeito da matriz e contribuiu diretamente para ressaltar as concentrações dos metais avaliados. Pode-se concluir também que comportamento sazonal da salinidade foi significativamente diferente entre os períodos climatológicos, e o comportamento longitudinal e vertical da distribuição da salinidade reflete a constante penetração da maré no estuário, atenuada pela descarga fluvial em momentos de maiores precipitações. Todos os metais investigados foram quantificados e diferiram significativamente entre os períodos sazonais, tendo sua disponibilidade tendenciada pelos processos hidrodinâmicos e climatológicos. Além do mais, o comportamento multivarido dos parâmetros ambientais e metais-traço permitiu caracterizar os processos hidroquímicos que elucidam o déficit de qualidade da microbacia e as contribuições de cada setor nesse processo. Desta forma, podemos afirmar que as atividades antrópicas conferem à microbacia um acentuado grau de comprometimento ambiental, atenuado pelos processos naturais. E apesar de mostrar-se resiliente, a microbacia contribui para a contaminação da BTS.