Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Jesus, Blenda Santos de |
Orientador(a): |
Lage, Victor Coutinho |
Banca de defesa: |
Lage, Victor Coutinho,
Silva, Karine de Souza,
Rios, Flavia Mateus |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33960
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Resumo: |
O Atlântico Negro é o termo que descreve a transnacionalidade e a interculturalidade do espaço-lugar que compreende a África (continente), as Américas e a Europa (diáspora). É no Atlântico Negro, e particularmente na diáspora, onde se firma um dos muitos movimentos de resistência e reafirmação identitária negra: o pan-africanismo. Surgido no início do século XX, o movimento pan-africanista é uma alternativa de luta contra a opressão e a exploração, e em favor da emancipação de todos os povos negros do mundo. Isto posto, o presente trabalho tem como objetivo analisar em que medida o pan-africanismo dialoga com o ativismo de mulheres negras na diáspora do Atlântico Negro, com ênfase para o ativismo teórico-político de três mulheres negras diaspóricas que desenvolveram o seu trabalho ao longo do século XX: Claudia Jones, Lélia Gonzalez e May Ayim. Para realizar essa pesquisa, utilizo a metodologia qualitativa e bibliográfica, e adoto ainda a escrevivência e a interseccionalidade como procedimentos metodológicos. Assim, inicio a pesquisa situando a construção das identidades de mulheres negras na diáspora do Atlântico Negro, tomando como ponto de partida a (re)construção da minha própria identidade. Também averiguo em que medida o pan-africanismo compreende a questão de gênero, e quais são as interlocuções entre os ativismos de mulheres negras e o pan-africanismo na diáspora do Atlântico Negro. Nesse sentido, observa-se que as identidades de mulheres negras na diáspora são construídas de forma complexa a partir das categorias de raça e gênero, e, em meio a essa complexidade, desenvolvem ativismos que unem teoria e política, num verdadeiro pensar-fazer. Tais ativismos foram cruciais para o desenvolvimento do movimento pan-africanista ao longo do século XX, apesar da constante marginalização e silenciamento impostos às mulheres negras por seus companheiros de luta. Como se nota na elaboração de estratégias que se baseiam em princípios pan-africanistas (libertação, integração, solidariedade e personalidade), por exemplo, ativistas negras como Claudia Jones, Lélia Gonzalez e May Ayim não apenas dialogaram com o pan-africanismo como também se tornaram importantes lideranças de movimentos que possuíam como princípios orientadores os princípios pan-africanistas. |