Corpo em estado de trânsito: um entre-lugar como condição de atuação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Oliveira, Liliana de Matos
Orientador(a): Oliveira, Érico José Souza de
Banca de defesa: Costa, Eliene Benício Amâncio, Santos, José Antonio Saja Ramos Neves dos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Teatro/Escola de Dança
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/14484
Resumo: Da consideração do corpo como discurso poético da cena proponho um Corpo em estado de trânsito e um entre-lugar como espaços de descentramentos a partir de um ato transformativo que se figura numa ritualidade do encontro. Uma ritualidade quepossibilita o rompimento e a liberação dos automatismos e condicionamentos impostos ao corpo pelos mecanismos sociais de poder. Investigo nessa pesquisa a possibilidade de “reconstrução dos corpos” no acontecimento cênico chamado Fogueira, onde o poder transformativo da morte e o acolhimento do vazio são dispositivos que possibilitam essa reconstrução em atravessamentos - do outro e da materialidade da cena - no ato da criação. Um corpo em estado de trânsito: um entre-lugar como condição de atuação propõe deslocamentos dos lugares de anunciação e convoca as presenças para um ato mútuo de transformação no instante do acontecimento. A criação dissertativa se constrói a partir de uma tessitura que entrelaça três experiências cênicas e um trânsito operado entre práticas cênicas e práticas culturais. Da cena, “Medéia” e “Bakxai”, nas quais a consideração do corpo se estabeleceu como tônica para a construção de uma poética, nesta dissertação compõe a teia que revela a busca por esse espaço de descentramentos, intentados no acontecimento Fogueira. Os deslocamentos pretendidos nesse espaço de devir, aberto à insurgência do inesperado configuram uma zona de interstício onde se movem uma “atuação-proponente” e uma “atuação-convidada”, tornando porosas as fronteiras que compõe a “materialidade cênica” em convergência com os pressupostos de um teatro pós-dramático. Das práticas cênicas e culturais o entendimento da morte como elemento transformativo, os deslocamentos de atuação a partir de uma dinâmica festiva e um entre-lugar de atuação a partir de uma ação ritual, me permitem pensar a proposição desses descentramentos na cena. O ponto central da pesquisa reside num corpo que assume um estado de trânsito.Um trânsito entre as dimensões móveis da corporeidade que somos, dançando o instante, as sequências de devires, o outro, e a transformação da carne a partir de uma ritualidade do encontro. Um corpo posto em estado de abertura para o contato e para o contágio, operando e propondo as modificações e desmascaramentos necessários à “reconstrução dos corpos” e da sociedade a partir das(in)determinações criativas nas quais o corpo exerce um papel ético, poético e erótico.