Os Afortunados do ultramar: riqueza e distinção na cidade de Sergipe de El Rei (1750-1808)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santos, Anderson Pereira dos
Orientador(a): Mascarenhas, Maria José Rapassi
Banca de defesa: Manso, Maria de Deus Beites, Aras, Lina Maria Brandão de, Passos Subrinho, Josué Modesto dos, Silva, Augusto da
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/25088
Resumo: Essa tese versa sobre a análise da riqueza particular dos afortunados do termo da Cidade de Sergipe de El Rei, entre 1750 e 1808. O objeto de estudo foi a riqueza e a distinção social dos moradores do termo da Cidade de Sergipe. O objetivo central consistiu em analisar a composição, quantidade e valor da riqueza acumulada por particulares a partir das suas diversas atividades econômicas, em correspondência com a distinção social dos moradores do termo, em fins do século XVIII. Numa sociedade agrária o bem mais valioso é a terra e sua posse garantiria a condição mínima necessária para a distinção social. Ter riqueza significava também ocupar um lugar elevado na hierarquia social. A riqueza por si só não era capaz de alterar a hierarquia social, mas era uma maneira de atingir a camada mais elevada do poder. Os principais aportes teóricos foram a teoria social de Max Weber, Irving Fischer, Pierre Bourdieu e Stuart B. Schwartz. Utilizou-se os métodos de pesquisa prosopográfico e o quantitativo. A principal técnica de coleta de dados foi o levantamento documental, e para codificar e interpretar os dados utilizou-se a análise de conteúdo, em adaptação e auxiliada pelo SPSS 20.0. A guisa de conclusão há uma associação entre a riqueza acumulada e a distinção social destes indivíduos no termo da Cidade de Sergipe. Ser rico era uma condição necessária para se obter títulos/hábitos/cargos/privilégios/honras e mercês. Por outro lado, ser distinto socialmente garantiria oportunidades de obter bens, contrair negócios, conseguir crédito, e estabelecer relações sociais sólidas com base no casamento, parentesco, apadrinhamento e pátrio poder. A fortuna dos moradores do termo da Cidade de Sergipe era composta por bens de raiz, escravos, gado, objetos de ouro e prata, móveis, ferramentas, vestimentas, dinheiro, dívidas passivas e ativas. A maior parte dos sujeitos era pobre. A riqueza estava concentrada nas mãos de poucos indivíduos. Por fim, grande parte da riqueza gerada na Capitania de Sergipe não ficou no Estado do Brasil, teve como destino as nações europeias o que contribuiu, também, para o desenvolvimento do capitalismo.