Neguinhas que armam a quizumba: debates sobre ações políticas e apropriações das tecnologias pelas herdeiras de Ananse da Amazônia Paraense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Neves-Barros, Thiane de Nazaré Monteiro lattes
Orientador(a): Natansohn, Leonor Graciela lattes
Banca de defesa: Regattieri, Lorena Lucas lattes, Carvalho, Michelly Santos de lattes, Neves, Ivânia dos Santos lattes, Carrera, Fernanda Ariane Silva lattes, Natansohn, Leonor Graciela lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas ( POSCOM) 
Departamento: Faculdade de Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40190
Resumo: Tudo começou com Ananse. Depois chegaram Zélia, Lélia, Jane. E elas continuam. Nós chegamos e nos juntamos a elas. Continuamos (quase) todas aqui. Desde Ananse produzimos tecnologias e as usamos criticamente, pois uma teia de prata inquebrantável não há de ser qualquer coisa, é sem dúvida um fenômeno comunicativo e, inquestionavelmente, uma tecnologia. Uma tecnologia de cuidado, de enredamento e de resistência. É disso que parte esta tese. Por ela navegamos em águas amazônicas discutindo infraestruturas, acessos, usos, políticas e ações afirmativas que possibilitem trazer para o centro uma amazonidade negra e paraense que fica no Baixo Tapajós: o município de Santarém. O objetivo é compreender as múltiplas relações das herdeiras de Ananse com as tecnologias digitais, seus enredamentos, usos e as especificidades de seus processos de apropriações. O que lhes demandam essas redes, como resolvem essas demandas e quais as consequências (ou o legado) de suas ações nessas redes digitais. Para isso, parto de uma metodologia transfeminista da prática da Rede Transfeminista de Cuidados Digitais: as Infraestruturas de Afeto, pela qual realizei rodas de conversa, debates, oficina e entrevistas com roteiros semiestruturados para minhas conversações com as interlocutoras deste trabalho. Compreendendo apropriação tecnológica como um fenômeno comunicacional de múltiplas camadas (Sodré, 2014), fica negritado que a chegança a estes lugares acontece a partir de categorias que são caras a estas mulheres: 1) Território, 2) Coletividade, 3) Linguagem, 4) Vigilâncias e violências e 5) Autonomia e levam com que os movimentos assumam a responsabilidade pela ocupação e protagonismo de mesas excludentes sem nenhum pudor de armar quizumbas (Gonzalez, 1984).