When ecology and philosophy meet: constructing explanations and assessing understanding in scientific practice

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Poliseli, Luana
Orientador(a): El-Hani, Charbel Niño
Banca de defesa: Leite, Clarissa, Ludwig, David, Andersen, Hanne, Regt, Henk de, Arteaga, Juanma Sánchez, Leonelli, Sabina
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Instituto de Física
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28906
Resumo: A filosofia da ciência em prática (Philosophy of Science in Practice, PoSiP) tem a prática científica como objeto de estudo. Porém, ela não possui uma metodologia geral ou específica que vise atingir seus objetivos. Em vez de se ater a um único protocolo, PoSiP tem a vantagem de utilizar diversos conjuntos de aplicações oriundas de diferentes áreas. Esta tese tem como ponto de partida uma pesquisa colaborativa e interdisciplinar entre dois doutorandos provenientes de campos distintos: ecologia e filosofia. Essa colaboração mostra como um cientista pode se beneficiar da filosofia da ciência (no estudo de caso dessa tese, da abordagem filosófica da explicação mecanística) para construir um modelo de seu explanadum via processo heurístico (heurística enquanto instrumento e abordagem metodológica). Mas também permite que a filosofia da ciência se aproxime da prática científica para investigar como as explicações são construídas e como a compreensão científica é atingida (nesta tese, em diálogo com a teoria contextual da compreensão científica). Como resultado desse trabalho, é defendido que: (i) a explicação mecanística é limitada mas pode trabalhar como instrumento epistêmico mediador entre teorias, dados, cientista e modelo; (ii) a construção de explicações e a compreensão científica dependem fortemente de um processo intuitivo; (iii) a compreensão científica é um momento, é transiente, um acontecimento temporário e seu processo pode ocorrer em níveis gradativos, (iv) a filosofia da ciência, por meio de um processo heurístico, pode aumentar as virtudes epistêmicas do cientista através do aumento de suas habilidades acadêmicas, via autorreflexão. Essa pesquisa mostra que trabalhos colaborativos interdisciplinares podem atuar, através de heurísticas, como uma caixa de ferramentas para a PoSiP atingir seu objetivo de entender como a ciência é feita. Apesar de seu sucesso, uma análise dessa prática colaborativa leva a alguns questionamentos fundamentais. Primeiro, a filosofia da ciência em prática é uma filosofia de uma prática científica pretérita, na medida em que a maioria dos exemplos utilizados pela PoSiP convencional é oriunda de produtos finais da ciência. Segundo, seria filosofia da [ciência em prática] ou filosofia da ciência [em prática]? Como praticar a filosofia da prática científica e como praticar interdisciplinaridade na filosofia da ciência em prática simultaneamente à atividade científica? Esta pesquisa expõe o papel epistêmico das heurísticas e da interdisciplinaridade como instrumentos metodológicos para a filosofia da ciência em prática. É defendido que outras formas de construção da ciência seriam através de diferentes dinâmicas, como redes colaborativas e pesquisas interdisciplinares, contribuindo para a visão de trading zones de Peter Galison, onde disciplinas especializadas criam pontes para trocas de conhecimento e informação.