Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Pacheco, Hallana Fernandes de Almeida |
Orientador(a): |
Lordelo, Lia da Rocha |
Banca de defesa: |
Silva, Daniela Nunes Henrique,
Bichara, Ilka Dias,
Lordelo, Lia da Rocha |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Psicologia
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33802
|
Resumo: |
Através da reelaboração e combinação dos elementos da experiência por meio dos processos imaginários são criadas novas imagens ou ações pelo indivíduo (Vigotski, 1930/2009). Esse processo foi denominado por Vigotski como atividade criadora, sendo a contação de histórias uma das formas possível de observá-la na infância. Desta forma, o objetivo desta pesquisa é descrever e analisar a atividade criadora de crianças na construção de uma história lúdica a partir da apropriação e uso de instrumentos materiais e simbólicos. O marco teórico adotado se fundamenta nos pressupostos da Psicologia Histórico-cultural, tendo Vigotski como seu principal expoente, e na compreensão da Sociologia da Infância sobre a participação da criança na pesquisa científica. Esta pesquisa possui abordagem qualitativa e descritiva, e adota como método de investigação o estudo de casos múltiplos. A construção dos dados foi realizada com 04 crianças entre 05-07 anos, sendo 02 meninos e 02 meninas. Os procedimentos e instrumentos adotadas na construção dos dados foram vídeo entrevistas no formato de conversas informais e oficinas de conto, reconto e criação de histórias, por meio de 03 encontros virtuais individuais na Plataforma Zoom. Os encontros foram gravados, armazenados, transcritos e submetidos à análise microgenética. Os responsáveis legais das crianças participantes responderam a um formulário fornecendo informações contextuais. Os resultados apontaram que as crianças utilizaram estratégias no reconto oral em torno da manutenção da estrutura da história e do enredo próximo ao original, como também utilizaram estratégias que auxiliaram na recriação da história, modificando e incorporando aspectos que a tornasse mais próxima dos seus desejos. Na construção das histórias autorais as crianças acessaram recursos pessoais, relacionais, do contexto imediato, amplo e fantástico, que de forma recombinada permitiram às crianças a realização de uma atividade criadora. Destacamos que no reconto da história autoral com objetos observamos a predominância do brinquedo. Com a inserção do brinquedo, a narrativa da criança foi modificada em função das características do objeto e da ação desempenhada com ele, o que enriqueceu as histórias das crianças. Observamos também a submissão da criação verbal a regras imaginativas na transformação lúdica dos personagens. Os achados também demonstraram a importância das ilustrações frente à criação verbal da criança, na medida em que foram atribuídos novos sentidos aos acontecimentos representados nas imagens, construindo novos enredos. Através do método empregado, consideramos que etapas das oficinas desenvolvidas com as crianças geraram intencionalmente uma ruptura no fluxo do pensamento, desencadeando a necessidade pela criação. As compreensões das crianças sobre a criação verbal e a imaginação ganham ressonância na fundamentação teórica utilizada neste trabalho, reforçando a necessidade da maior participação delas na investigação científica. Por fim, descrevemos a criação verbal como uma atividade complexa que exige da criança a mobilização de estratégias e recursos plurais em sua realização, através de um processo de constante articulação com a memória, o pensamento e a linguagem, e que mantém aproximações teóricas com o brincar, as quais devem ser estudadas por estudos posteriores. Finalizamos destacando a importância da mediação adulta no desenvolvimento da atividade criadora da criança. |