A constituição do professor leitor: histórias de leitura na formação inicial de professores de língua portuguesa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Vilas Boas, Fabíola Silva de Oliveira
Orientador(a): Muniz, Dinéa Maria Sobral
Banca de defesa: Silva, Obdália Santana Ferraz, Rios, Jane Adriana Vasconcelos Pacheco, Beltrão, Lícia Maria Freire, Santana, Noemi Pereira de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/24869
Resumo: Este estudo apresenta os resultados de uma pesquisa que analisa as histórias de leitura que integram as experiências leitoras vividas por graduandos do curso de Licenciatura em Letras Vernáculas da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Bahia. Trata-se de uma investigação-formação que segue a esteira de estudos que articulam aspectos do terreno acadêmico e/ou profissional com outros ligados à dimensão pessoal da vida de professores. O objetivo foi analisar as narrativas acerca das histórias de leitura de futuros professores de língua portuguesa, a fim de compreender como o processo de formação do professor leitor se constitui em suas trajetórias de leitura pessoais e acadêmicas. O texto estrutura-se em dois grandes eixos teóricos que se entrecruzam, sendo eles formação de professor e leitura. No interior do primeiro, movem-se categorias que discutem formação de professor (NÓVOA, 1992; 1995; TARDIF, 2012; ZEICHNER, 2003) e histórias de vida (NÓVOA; FINGER, 2014; JOSSO, 2010; DOMINICÉ, 2010), com o intuito de defender, nesta tese de doutorado, a ideia de que o sujeito que aprende o faz, também, por meio da narração e reflexão de percursos vividos. Aspectos da formação do professor de língua portuguesa (GERALDI, 1996; 1997; 2001; MATÊNCIO, 1994) também são verticalizados nesse eixo, tomando-se por base a concepção dialógica, social e histórica da linguagem (BAKHTIN, 1986; 1997). No interior do segundo eixo, tematiza-se a leitura como prática sociocultural (FREIRE, 2011; PROUST, 1982; 2003; CHARTIER, 1999; 2001; PETIT, 2009, 2013) e como processo de instauração de sentidos (ORLANDI, 1998; 2012), para se discutir as histórias de leitura e os processos de (auto)formação do professor leitor. Os fundamentos metodológicos deste estudo, de caráter qualitativo, ancoram-se nos princípios da etnopesquisa-formação (MACEDO, 2006; 2009) e na abordagem (auto)biográfica (JOSSO, 2010; DOMINICÉ, 2010), uma vez que a pesquisa se debruçou sobre percursos de leitura que abarcam a formação pessoal e acadêmica de professores em formação inicial. O escopo teórico-metodológico da Análise de Discurso de vertente francesa (PÊCHEUX, 1990; PECHEUX; FUCHS, 1997) também foi utilizado para analisar as narrativas como produções discursivas e também interpretar os dados gerados pelo corpus de análise, constituído por meio dos procedimentos observação participante, grupo de discussão, entrevista narrativa e escrita de carta pedagógica. Ao enunciar suas histórias de leitura, os sujeitos o fizeram a partir de três formações discursivas dominantes, que delinearam o quadro de referências de histórias de leitura provenientes de vários períodos e esferas de sua vida: infância, adolescência, vida adulta, família, escola, universidade. A partir da análise foi possível conhecer a heterogeneidade das trajetórias de leitura dos graduandos e concluir que se faz necessário legitimar as práticas de leitura que os futuros professores realizam ao longo da vida, com o reconhecimento da singularidade de seus percursos, e ampliar as práticas existentes no processo de formação inicial, visando à constituição do professor leitor.