Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Alves, Ana Paula de Araújo
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Orientador(a): |
Celino, Joil José
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Banca de defesa: |
Celino, Joil José
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Oliveira, Olivia Maria Cordeiro de
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Ribeiro, Hélio Jorge Portugal Severiano
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente (POSPETRO)
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37718
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Resumo: |
A Bacia de Tucano (BT) compreende a porção central do rifte intracontinental RecôncavoTucano-Jatobá (RTJ) que foi abortado durante o Eo-aptiano. Sua origem está relacionada à extensão crustal ocorrida no Cretáceo Inferior, com a fragmentação do supercontinente Gondwana e formação do Oceano Atlântico. Existem poucos estudos publicados sobre a Bacia do Tucano no que diz respeito à geração de hidrocarbonetos. Assim, o presente trabalho visa contribuir para o conhecimento do potencial gerador do compartimento sul dessa bacia, através da avaliação dos folhelhos do Grupo Ilhas (que se apresenta indiviso) e da Formação Candeias em um poço (1-TBO-1-BA) e da modelagem 1D para investigar as condições de geração de hidrocarbonetos. Os dados desse poço foram cedidos pela ANP, e então, foi feita a análise geoquímica das amostras desses folhelhos com dados de COT, pirólise e macerais contendo o querogênio. O poço 1-TBO-1-BA localiza-se na porção centro-oeste da bacia com profundidade de 3.598 m. O Grupo Ilhas possui os maiores teores de COT, alcançando valores de 2,6%, enquanto a Formação Candeias chega a 1,4%. Com relação a maturidade térmica para a geração de hidrocarbonetos, as amostras da Formação Candeias apresentam maior maturidade em relação ao Grupo Ilhas, o que a tornaria um alvo exploratório mais interessante, com valores de Tmax entre 448 ºC e 451 ºC e Ro% entre 0,84 e 0,94%. As amostras do Grupo Ilhas variam de imaturas no seu topo (Tmax = 432 ºC, Ro =0,55%) a matura na sua base (Tmax = 450 ºC, Ro = 0,77%). O diagrama tipo Van Krevelen classifica o querogênio contido nas amostras dos folhelhos das duas unidades como sendo predominantemente dos tipos II e III, mas avaliando-se com o conjunto de dados de maturidade e macerais disponibilizados pela ANP , sugere-se que há uma mistura dos tipos I e II. Para a construção da história térmica e de subsidência da bacia foi utilizado o software Petromod da Schlumberger, inserindo dados geológicos, geoquímicos e os fatores de estiramento da crosta (4.0) e do manto (1.1) no módulo Mckenzie. Como resultado obteve-se a curva de fluxo de calor e subsidência no tempo geológico. A variação do fluxo de calor para o poço na fase inicial do rifte foi de 32 mW/m2 (Berriasiano) chegando a 57 mW/m2 no final da fase rifte (Aptiano), com uma espessura de erosão para o poço de 500 metros (350 metros no topo da Formação São Sebastião e 150 metros no topo da Formação Marizal). Os resultados da modelagem reforçaram que os folhelhos da base da Formação Candeias apresentam maior potencial para a geração de hidrocarbonetos do que os do Grupo Ilhas, sendo maior o potencial para a geração de óleo, já que a Formação Candeias alcançou maior maturidade (paleo-temperaturas chegando a 148 ºC e Ro a aproximadamente 1%), atingindo taxa de transformação de 48%, enquanto no Grupo Ilhas não teria havido geração. Ficou evidente que o processo de geração foi predominante durante a fase sin-rifte no BarremianoAptiano (128 a 124 Ma), demostrando que o fluxo de calor proveniente do processo de abertura da bacia é o fator predominante para a maturação da matéria orgânica. A fim de verificar quais condições seriam as ideais para que os folhelhos dessas unidades possam ser geradoras em grande potencial, foi modelado um poço hipotético (HP-1) espelhado no poço 1-TBO-1-BA, modificando as condições de profundidade do poço (5.600metros) e os valores médios de COT (Grupo Ilhas 2,0 %Ro, Formação Candeias 1,7 %Ro) e IH (Grupo Ilhas 650 mgHC/gCOT, Formação Candeias 550 mgHC/gCOT). Com essas alterações,observou-se mudanças significativas na maturação térmica das unidades e consequentemente nas taxas de transformação com geração de gás. A Formação Candeias atingiria 2,3 %Roe o Grupo Ilhas 1,3 %Ro, sendo que as duas unidades alcançariam 100% de taxa de transformação e, essa condição pode ser factível, uma vez que a bacia pode chegar a 7.000 metros de profundidade, indicando um importante potencial prospectivo para os blocos baixo desta sub-bacia. |