Demandas de saúde e experiências de mulheres na busca pelo cuidado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Barros, Andiara Rodrigues
Orientador(a): Coelho, Edmeia de Almeida Cardoso
Banca de defesa: Coelho, Edmeia de Almeida Cardoso, Nunes, Isa Maria, Nascimento, Enilda Rosendo do, Moreira, Michelle araújo
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Enfermagem
Programa de Pós-Graduação: em Enfermagem
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/13985
Resumo: A demanda por atenção à saúde é representada pelo cuidado que uma pessoa precisa em um dado momento, devendo ser atendida segundo os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Em relação à saúde das mulheres, indicadores epidemiológicos evidenciam que apesar das políticas públicas elas continuam vulneráveis a uma série de agravos. A Estratégia Saúdeda Família(ESF) se apresenta como possibilidade de se obter respostas mais efetivas, mas estudos apontam para problemas no acesso e na qualidade da atenção com baixos percentuais de utilização da ESF por mulheres de áreas adscritas. Esta pesquisa teve como objetivos: descrever a experiência de mulheres na busca pelo cuidado para o atendimento de suas demandas e analisar a experiência relatada pelas mulheres na perspectiva teórica da integralidade. O estudo foi desenvolvido em uma área circunscrita a duas Unidades de Saúde da Família (USF) no Distrito Sanitário do Subúrbio Ferroviário, na cidade do Salvador-BA. Trata-se de estudo do tipo exploratório com abordagem qualitativa tendo a integralidade como categoria analítica. Os sujeitos da pesquisa foram 12 mulheres em idade reprodutiva cadastradas nas USF referidas. O material empírico foi produzido por meio de entrevista semi-estruturada e analisado por meio da técnica de análise de discurso, segundo Fiorin (2004), segundo o qual o discurso é uma posição social, cujos mecanismos ideológicos são materializados na linguagem. Foram respeitados os princípios éticos e legais para pesquisa. Os resultados revelam que as mulheres constroem com o serviço de saúde uma história de frustrações, o que leva ao distanciamento e ao descrédito na ESF. O distanciamento se dá essencialmente por fatores que juntos impedem o estabelecimento de vínculos com a USF: ausência de médico(a); descontinuidades das equipes; dificuldades de acesso; baixa resolutividade e baixa qualidade na relação que se estabelece entre profissional e usuárias. As demandas são orientadas pelo modelo biomédico e as mulheres se ressentem por não haver especialistas no serviço, o que prevalece mesmo nas situações em que afirmam buscar a prevenção. Quase sempre precisam recorrer à rede privada para solução de problemas em que o poder público se ausenta e recursos escassos da provisão familiar são utilizados para o cuidado à saúde. A equipe tem alta rotatividade, sendo a enfermeira a profissional de maior presença e ação.No entanto, o contexto em que se insere a sua prática não favorece sua visibilidade, gerando indefinição de papeis e expectativa das mulheres por respostas que requerem outros campos disciplinares.Urge uma reorganização política em que o Estado assuma o seu papel, constituindo equipes que possam retomar a credibilidade da proposta da ESF. O desafio que se coloca para toda a equipe é a reversão da realidade, retomando-se a proposta da ESF com mobilização, reformulação e adoção de estratégias eficazes para a atenção básica. Para tanto, é preciso desenvolver uma proposta em defesa da vida e que a interdisciplinaridade se materialize na prática de uma equipe defensora da integralidade, ainda que reconhecendo que sempre haverá limites para sua concretização.