"Feminismo para quê?”: o funcionamento dos discursos feministas no ciberespaço

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lima, Quezia dos Santos
Orientador(a): Souza, Iracema Luiza
Banca de defesa: Machado, Rosa Helena Blanco, Sobral, Gilberto Nazareno Teles, Costa, Iraneide Santos, Zoghbi, Denise Maria Oliveira
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28128
Resumo: Na presente pesquisa, filiada à Análise de Discurso materialista, tem-se como objetivo analisar o funcionamento de discursos de ativistas feministas, que circulam e/ou se constituem no ambiente digital, sobre a definição de feminismo e de feminista na sociedade contemporânea. Pretendeu-se com este trabalho investigar como outras formas de discursivização do feminismo circulam no blogue feminista e quais sentidos são possibilitados pelos modos de dizer dos sujeitos feministas no ciberespaço. Adotaram-se os procedimentos teórico-metodológicos da Análise de Discurso materialista, com relevo para os estudos de teóricos como Michel Pêcheux, Courtine e Eni P. Orlandi, a partir de uma abordagem qualitativa. Por meio das análises, procurou-se mostrar como os sentidos são construídos na e pela linguagem, em um ambiente propriamente digital. O corpus de análise é constituído por sequências discursivas recortadas de publicações sobre o feminismo no blogue Blogueiras Feministas, no período de 2010 a 2015. Na análise, foram consideradas as sequências discursivas que tratavam do feminismo e as marcas discursivas de denominações, definições e explicações. Foram analisados também aspectos específicos dos discursos característicos do ciberespaço: os títulos das publicações e os modos de dizer das postagens de divulgação. A análise partiu do princípio de que a Internet constitui-se como um lugar discursivo que favorece a propagação de sentidos historicamente apagados sobre o feminismo, relacionados aos dizeres cristalizados. Verificou-se que os discursos dos sujeitos feministas sobre as definições de si e do movimento funcionam como um gerenciamento dos gestos de leitura dos sujeitos-seguidores para desconstrução dos discursos patriarcalistas sobre o feminismo. Os discursos do blogue compõem um arquivo de dizeres legitimados sobre o feminismo que deslocam uma série de pré-construídos que afetam a memória para construir uma rede de aliança entre sujeitos feministas e sujeitos identificados com outras formações discursivas. O ciberativismo feminista, ao mesmo tempo em que cria um efeito de homogeneidade do movimento nos discursos direcionados à sociedade patriarcal, mobiliza posições-sujeito historicamente silenciadas em disputa pela dominância de sentido em discursos direcionado às próprias feministas.