Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Brantes, Carolina dos Anjos Almeida
 |
Orientador(a): |
Gondim, Sônia Maria Guedes
 |
Banca de defesa: |
Silva, Anielson Barbosa da
,
Guzzo, Raquel Souza Lobo
,
Abbad, Gardênia da Silva
,
Morais, Franciane Andrade de
,
Gondim, Sônia Maria Guedes
 |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPSI)
|
Departamento: |
Instituto de Psicologia
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40726
|
Resumo: |
As competências socioemocionais (CSE) foram inseridas na educação, tanto na literatura como em suas as diretrizes, priorizando os alunos e deixando os professores e seu desenvolvimento socioemocional em segundo plano. Por outro lado, esta categoria tem apresentado crescente adoecimento mental, relatos de desgastes emocionais em sala de aula e exposição a violência (dentro e fora de sala). As CSE possuem papel protetivo e podem auxiliar os docentes no enfrentamento deste cotidiano. O objetivo geral desta tese foi propor e testar um modelo de treinamento para o desenvolvimento de CSE em professores do ensino fundamental e avaliar sua efetividade para o aprimoramento destas competências e de variáveis relacionadas ao desempenho contextual de docentes de escolas públicas municipais. Como objetivos específicos tivemos: 1) Mapear e caracterizar a produção científica (teórica e empírica) dos estudos sobre CSE e conceitos correlatos (inteligência emocional – IE – e habilidades sociais – HS) no contexto educacional do ensino básico entre 2010 a 2019; 2) Apresentar e discutir a adequação de uma proposta teórica para orientar diretrizes de treinamento e desenvolvimento de CSE para docentes que atuam no ensino fundamental; 3) Elaborar treinamento para o desenvolvimento de CSE sustentado em planejamento instrucional para professores do ensino fundamental; 4) Aplicar e avaliar a eficácia de um treinamento de CSE no desempenho docente mediante a análise das relações entre CSE com (i) clima afetivo em sala de aula, (ii) motivação para aprender dos alunos e (iii) clima percebido para o desenvolvimento da criatividade nos alunos. Cada objetivo específico foi trabalhado em estudos distintos, porém interrelacionados. A revisão sistemática de literatura abarcou 66 estudos seguindo os parâmetros do grupo Prisma e encontrou estudos focados nos alunos e a utilização de modelos genéricos de CSE, que não consideravam o contexto em suas propostas. Diante disso, iniciamos uma discussão sobre as CSE, buscando melhor delimitar o conceito e analisando os modelos de referência na literatura. O que nos permitiu elaborar a proposta do EMODOC-Treino, um modelo de CSE para professores do ensino fundamental que busca contextualizar o viés da educação emocional, trazendo uma visão mais dinâmica da CSE e com facetas validadas na medida EMODOC com o público-alvo. Em seguida, verificamos em campo, por meio de observações e entrevistas em sala de aula com 5 professores (maioria homem), que o EMODOC-Treino apresentava as reais necessidades de treinamento destes docentes. Diante disso, construímos o planejamento instrucional e realizamos um teste piloto com 2 professores, obtendo um aumento das médias de CSE destes antes, depois e no follow-up. Partimos, então, para a ampliação da amostra de professores e convidamos os alunos a responderam questionários relacionados a sua motivação para aprender e a percepção do clima pró-criatividade, visando verificar também os impactos do treinamento em sala de aula. Participaram desta etapa 25 professoras (maioria mulher) e 161 alunos que responderam a instrumentos antes, depois do treinamento e follow-up. Os alunos não receberam treinamento algum e os professores foram alocados aleatoriamente em 3 grupos: intervenção (recebeu treinamento de CSE), controle ativo (recebeu treinamento sobre a sala de aula) e controle passivo (sem treinamento). Encontramos que as CSE cresceram significativamente (ANOVA) no grupo intervenção e controle ativo (descendo do pós-treinamento para o follow-up) e que se correlacionaram com a afinidade na relação professor aluno. O aumento das médias de CSE no controle ativo pode ter ocorrido pelo período de medição (férias) e pela socialização proporcionada indiretamente pelo treinamento placebo. Diante disso, concluímos que o treinamento é eficaz para desenvolver CSE em docentes e o EMODOC-Treino se mostrou uma proposta adequada à realidade docente. |