Bancos comunitários da Bahia: tecnologias sociais como emancipação, saberes e práticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Juçara Freire lattes
Orientador(a): Machado, Gustavo Bittencourt lattes
Banca de defesa: Machado, Gustavo Bittencourt lattes, Oliveira, Fernando José Reis de, Balsad, Otávio Valentim, Pupo, Carolina Gabriel de Paula, Sousa, Leliana Santos de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação Multidisciplinar e Multi-institucional em Difusão do Conhecimento (DMMDC) 
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38739
Resumo: A Tese envolve os bancos comunitários de desenvolvimento que compõem a Rede Baiana de Bancos Comunitários como fenômeno contemporâneo das contracorrentes das revoluções moleculares com as tecnologias sociais. A rede é formada pelos bancos Eco Luzia, Casa do Sol, Ilhamar, Santa Luzia, Banco da Resex de Canavieiras, Abrantes Solidário, Solidário Quilombola do Iguape, Amigos do Sertão, 2 de Julho, Ouro Negro. Os bancos nascem das iniciativas das associações comunitárias, ocorridas no período entre 2005 e 2017. Em meio aos contextos caóticos do capital globalizado, esta pesquisa investiga os potenciais que os bancos exercem na Bahia, como ocorrem seus desempenhos e que mudanças efetivas realizam em suas respectivas comunidades. O estudo abrange levantamentos de dados realizados em abordagens qualitativa e quantitativa. Com o objetivo de estudar essa rede, indagamos: que fluxos transformadores estão sendo produzidos pelas contracorrentes articuladas pelos bancos comunitários? No entorno desta problemática, trazemos os objetivos e as questões norteadoras. Objetivo geral: Estudar a Rede Baiana de Bancos Comunitários, como fenômeno contemporâneo das contracorrentes com as tecnologias sociais. Objetivos específicos: Produzir relatos das práticas dos bancos comunitários; analisar os casos de desempenho dos bancos Abrantes Solidário e Banco Solidário Quilombola do Iguape (BSQI); identificar as transformações sociais nos territórios onde se encontram os bancos. O estudo mostrou-se adequado, ao método da pesquisa participante. Agregamos o método do estudo de caso, para analisar com aprofundamento duas experiências: o BCD Abrantes Solidário e o BCD Quilombola do Iguape. Esse universo insere-se num sistema social complexo, no qual se evidenciam distintos protagonistas em diferentes funções: os bancos, a rede, as entidades representativas comunitárias, os tomadores de crédito, os comerciantes locais, os agentes de crédito, o Conselho de Análise de Crédito (CAC), a Incubadora Tecnológica de Economia Solidária (ITES) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA). Os aportes feitos pelos BCDs, somaram R$261.725,84, para 1.169 microcréditos, ofertados no período demarcado para a pesquisa (2015 a 2018), com valor médio de crédito de R$223,88, constatam o pequeno volume de recursos que os bancos comunitários dispõem para operar, resultando em pequenos créditos, configurando-se como microcréditos. Na busca do crédito, há predominância das mulheres. Os bancos servem principalmente a elas, o percentual é de 81,3 %. Para os homens, o percentual é de 18,7 %. A inadimplência foi baixa, demonstrando honestidade dos tomadores de crédito e solidariedade do fenômeno. O número de inadimplentes totalizou 63 tomadores de crédito, cujo percentual, com base no número de microcréditos ofertados, foi de 5,3%. O valor da inadimplência foi de R$21.623,56 com base no disponibilizado, com percentual de 8,3%. Os fluxos transformadores produzidos pelas contracorrentes articuladas pelos bancos comunitários, se evidenciaram, conforme se configura a Rede baiana de Bancos Comunitários enquanto fenômeno. Foram produzidos relatos das práticas dos bancos comunitários; analisados os casos de desempenho dos bancos Abrantes Solidário e Banco Solidário Quilombola do Iguape (BSQI); e identificadas as transformações sociais nos territórios onde se encontram os bancos.