A ascensão chinesa e o sistema financeiro e monetário internacional: rumo a um potencial novo ciclo de hegemonia?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Martins, Fernanda
Orientador(a): Renildo, Antonio
Banca de defesa: Aragão, Daniel, Nogueira, Isabela
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Instituto de Artes, Humanidades e Ciências Milton Santos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/23570
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo averiguar a existência de um novo momento de transição entre ciclos hegemônicos, a partir da observação da atuação chinesa no sistema financeiro e monetário internacional. Atualmente, predomina a percepção de que o sistema internacional passa por um momento de mudança e transição e há incerteza quanto ao futuro da ordem internacional. A distribuição de poder que resultou na ascensão da China, juntamente com outros países emergentes, é um dos principais eventos que desencadeou em mudanças e crescente instabilidade. Nesse sentido, faz-se um resgate da Teoria da Estabilidade Hegemônica, buscando identificar os processos que caracterizam os momentos de transição entre ciclos hegemônicos e como estes se manifestam no sistema financeiro e monetário internacional. Busca-se, então, identificar como esses processos se manifestaram no período de transição entre a hegemonia britânica e a hegemonia americana, e como a ordem hegemônica foi estabelecida sob a égide dos EUA. Olhando para a o desenvolvimento econômico chinês e sua integração na ordem hegemônica criada pelos EUA observa-se a ascensão chinesa como uma grande potência, resultando em desequilíbrios na ordem internacional. Nesse sentido, observa-se a relação da China com as organizações tradicionais do sistema financeiro e monetário internacional e como essa nova grande potência tem sido acomodada nesses espaços de tomada de decisão internacional. Então, analisa-se a atuação chinesa em resposta a esse processo de acomodação nas instituições internacionais tradicionais, que tem sido marcado por lentidão e poucas mudanças efetivas. Assim, a criação pela China de instituições como o AIIB, NDB, o CRA e outros instrumentos financeiros, e a internacionalização do RMB são entendidos como uma resposta à lentidão na acomodação dos seus interesses no sistema financeiro e monetário internacional. Por fim, analisa-se se os processos identificados são suficientes para confirmar a ocorrência de um novo momento de transição. Os resultados encontrados revelam evidências que apontam para um processo de transição ainda no início, visto que alguns mecanismos ainda não podem ser identificados. Todavia, esse novo momento de transição tem características singulares como a atuação do novo potencial poder hegemônico em busca de maior influência no sistema financeiro e monetário internacional, criando instituições complementares e alternativas, antes mesmo da confirmação do declínio do poder hegemônico existente.